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Países do Bric quase alcançam poder de veto no FMI

Por ADRIANA FERNANDES E CÉLIA FROUFE
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, destacou que o Brasil foi o segundo país, atrás apenas da China, que ganhou o maior volume de cotas na reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovada na última reunião de ministros de Finanças do G-20 na Coreia do Sul, no fim de semana. Ele disse que por pouco os países do Bric (Brasil Rússia, Índia e China) não conseguiram alcançar, juntos, o poder de veto nas decisões do FMI. Segundo ele, algumas decisões do fundo exigem 85% de aprovação e os EUA são o único país que, sozinho, tem poder veto, porque têm 17% das cotas. Os Brics têm 14,18% juntos e precisam de 15%, só mais 1%, para ter poder de veto. "Mais um pouquinho a gente chega lá", afirmou Mantega.Ele disse que isso foi um avanço importante e que contou com a participação fundamental do diretor-gerente do fundo, Dominique Strauss-Kahn. Ele disse que em 2014 o FMI fará uma nova reforma que dará peso maior ao PIB na definição das cotas. Como o Brasil, segundo Mantega, continuará crescendo, o ministro previu que o Brasil vai se reposicionar novamente "a maior" nessa nova reforma.Ele disse que essa reforma também prevê a redução para a Europa nas cadeiras do comitê de governadores do fundo, responsável pelas decisões do FMI. Esse comitê tem 24 cadeiras. Com a reforma aprovada no final de semana passado, a Europa perdeu duas cadeiras e os países emergentes ganharam mais duas.O ministro também informou que as cotas do FMI, que na prática funcionam como ações, foram dobradas de US$ 343 bilhões para US$ 686 bilhões. O Brasil, segundo Mantega, não precisará fazer aporte de recursos porque recentemente fez um aporte em uma linha especial do fundo chamada "NAB" e esse aporte feito, explicou Mantega, será transformado em cotas.O ministro disse ainda que vai demorar uns dois anos para que todo esse processo de reforma seja implementado na prática. Ele classificou de marco histórico para o FMI, e sobretudo para os países emergentes, a nova reforma aprovada para o fundo.Ele destacou também que nos governos anteriores o Brasil era subordinado ao fundo e hoje não é mais.

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