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Países em desenvolvimento se organizam para reunião da OMC

Por Agencia Estado
Atualização:

A ameaça de um fracasso da reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), que ocorre no balneário mexicano de Cancun, a partir da semana que vem, está mobilizando os países em desenvolvimento para conseguirem que seus interesses no setor agrícola sejam preservados. Hoje, o Grupo dos 20 (G-20), liderado pelo Brasil, Índia e China, anunciou que estará promovendo uma reunião ministerial, também em Cancun, no dia 9 deste mês, um dia antes do encontro da OMC. O G-20 representa quase 65% dos agricultores do mundo e, há duas semanas em Genebra, apresentou uma proposta para liberar o setor. O problema é que ela nem entrou no rascunho do acordo preparado pela OMC e que deve ser a base dos debates em Cancun. Segundo a delegação brasileira na OMC, a reunião do G-20 servirá para coordenar a posição do grupo, considerado por alguns diplomatas ouvidos pela reportagem como o único que pode fazer frente aos interesses dos Estados Unidos e da União Européia (UE). Em um comunicado de imprensa, o G-20 garante que continua unido em temas como redução dos subsídios e eliminação do apoio à exportação. O grupo também pede maior acesso a mercados, mas reconhece que, no caso dos países em desenvolvimento, algo deve ser feito para garantir o desenvolvimento rural e a segurança alimentar. Para estes diplomatas, esse foi um ponto em que Brasil foi obrigado a ceder para conseguir apoio de China e Índia no G-20. Os dois países não concordam em abrir seus mercados plenamente às importações de produtos agrícolas, como esperava o Brasil. O Itamaraty foi obrigado a fazer uma exceção: abrir mão, por enquanto, de parte dos mercados dos países em desenvolvimento para conseguir o apoio desses governos na luta maior que ocorre contra os países ricos.

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