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Países em desenvolvimento serão mais afetados pela Farm Bill

Por Agencia Estado
Atualização:

Os países em desenvolvimento, como o Brasil, serão os mais afetados pela nova lei agrícola norte-americana, conhecida como Farm Bill. Essa é a opinião do Grupo de Cairns, bloco formado pelos principais exportadores de produtos agrícolas do mundo, entre eles o próprio Brasil, Austrália, Canadá e outros 14 países. No início da semana, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, assinou a nova lei agrícola aumentando os subsídios aos produtores locais. Em um comunicado divulgado hoje em Genebra, o Grupo de Cairns adverte que o aumento do apoio da governo dos EUA à agricultura foi 80% acima do que ocorria em 1996, enquanto o compromisso internacional era de que os subsídios fossem reduzidos ao longo dos anos. Diante do anúncio de Washington, os exportadores alertam que fazendeiros de todo o mundo sofrerão impactos negativos dessa lei, principalmente nos países em desenvolvimento. A maioria desses países depende das exportações de produtos agrícolas para evitar déficit na balança comercial e, com o aumento dos subsídios nos Estados Unidos, a tendência é de que o mercado internacional acabe sendo distorcido. "O prejuízo ficará para os países que exportam sem subsídios", afirma um diplomata sul-americano. Na avaliação do Grupo de Cairns, a Farm Bill tornará mais difícil a missão dos Estados Unidos de liderar uma nova rodada de negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), que foi lançada em novembro em Doha. "Pedimos que os Estados Unidos demonstrem liderança para conseguir um programa ambicioso de liberalização e reforma da agricultura na OMC", afirmaram os exportadores. "A lei deixará em uma situação confortável os países que estão determinados em resistir a uma reforma no setor agrícola", afirma Cairns no comunicado, em uma referência aos países europeus e ao Japão. Além disso, o Grupo acredita que os novos subsídios causarão dano à economia internacional. Cairns ainda afirma estar comprometido em conseguir que, até 2005, ocorra uma redução de todos os subsídios à exportação e à produção, além de um amplo acesso dos produtos agrícolas aos mercados das economias centrais.

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