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Países pobres vivem momento perigoso, diz Banco Mundial

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Por Redação
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A desaceleração da economia global deixou vários países em desenvolvimento à beira do abismo, e muitos deles precisam de ajuda urgente das nações mais ricas, disse na quarta-feira o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. "Como no passado, em qualquer momento de crise econômica os pobres estão mais vulneráveis", disse Zoellick em discurso lido na Universidade Humboldt (Berlim) em homenagem ao ex-chanceler alemão Willy Brandt. "Muitos países em desenvolvimento estão agora num momento perigoso e decisivo. Precisam de apoio", acrescentou. "O resgate financeiro precisa ser complementado por um resgate humano." O Banco Mundial reduziu drasticamente sua previsão de crescimento para o mundo em desenvolvimento, de 6,4 por cento em junho para 4,6 por cento. Por causa dos problemas econômicos globais, a instituição prevê a concessão de empréstimos de 35 bilhões de dólares neste ano, quase o triplo dos 13,5 bilhões de dólares concedidos em 2007. Os mercados emergentes sofrem em grande parte porque os investidores se desfazem de suas posições num momento de temor com uma recessão mundial. Muitos países enfrentam problemas também devido à falta de acesso ao crédito, pois grandes bancos estão preferindo acumular reservas em vez de emprestar. Zoellick disse no discurso que a turbulência de setembro e outubro nos mercados globais ameaçam agravar a pobreza e a desnutrição. "Muitos governos nos países em desenvolvimento deram passos corajosos nos últimos anos para colocar a casa em ordem", afirmou. "A crise não é culpa deles. Eles não deveriam pagar pelos erros do mundo desenvolvido." Zoellick pediu que a Alemanha e outros membros da UE apóiem os novos integrantes do bloco europeu, que ultimamente sofrem graves pressões econômicas. Ele também citou as relações com a Rússia, dizendo que a crise financeira pode representar uma chance de cooperação com Moscou, superando os atritos dos últimos anos. "A crise financeira de hoje poderia ser uma oportunidade de desenvolver relações econômicas mais sólidas que seriam a base, com a ajuda da Rússia, para que se construa uma cooperação na solução de problemas comuns."

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