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Países ricos devem parar de subsidiar biocombustível, diz banco

Para instituição da Ásia, produção de biocombustíveis leva à destruição de florestas e à redução dos alimentos

Por Patricia Lara e da Agência Estado
Atualização:

As nações desenvolvidas deveriam parar de conceder subsídios agrícolas para encorajar a produção de biocombustíveis, uma vez que os pagamentos estão tornando os alimentos mais caros, defendeu o Banco de Desenvolvimento da Ásia (BDA), uma instituição financeira multilateral de desenvolvimento. O diretor gerente do BDA, Rajat Nag, afirmou, em entrevista à Associated Press, que a produção de biocombustíveis leva à destruição de florestas e à redução de áreas plantadas de alimentos para consumo humano. Veja também: Biocombustível de alimento cria problema moral, diz FMI Amorim responde às críticas do Fundo Especial sobre a crise dos alimentos Os biocombustíveis podem afetar a produção mundial de alimentos? O diretor disse que a questão dos biocombustíveis também deveria ser submetida a uma reavaliação em todo o mundo, já que está cada vez menos transparente o quão amigáveis esses produtos são para o meio ambiente. "Nós acreditamos que os países desenvolvidos deveriam, seriamente, repensar toda a questão do biocombustível, particularmente, a questão dos subsídios", afirmou. "Dar subsídio para biocombustíveis, basicamente, age como um imposto implícito para alimentos para consumo humano." O pagamento a agricultores para cultivarem sementes oleaginosas e outras culturas para produção de biocombustíveis significa que haverá uma plantação menor de alimentos para consumo humano, resultando em preços mais elevados para alimentos como óleo de palma e milho. Nag não nomeou individualmente os países que subsidiam os biocombustíveis, mas esse grupo inclui os EUA, o maior produtor de etanol de milho. Os programas de subsídio dos EUA para o setor agrícola incluem o pagamento para a produção de etanol. "Nós acreditamos que seria mais importante para os produtores de países desenvolvidos decidirem o que plantar com base nos preços relativos e nos preços internacionais, mas não com base nos preços subsidiados", declarou. A alta dos preços dos alimentos, impulsionada também pelo aumento dos preços de combustíveis e dos custos de transporte, tem desencadeado protestos em vários pontos do globo nas últimas semanas. Manifestações associadas à falta de alimentos ou aumento de preços ocorreram no Caribe e na África e a fome está atingindo um estágio de crise em várias partes da Ásia. As informações são da Dow Jones.

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