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Palocci afirma que queda do PIB não indica tendência

Em entrevista ao final da cerimônia de assinatura da declaração conjunta dos presidentes do Brasil e da Argentina, Palocci reconheceu, no entanto, que a queda "ficou um pouco acima do previsto".

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que "já era esperada" a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, conforme apontaram os dados divulgados na manhã de hoje pelo IBGE. Contudo, ele não acredita que esta seja uma tendência. Palocci destacou que os dados do IBGE mostram uma expansão importante do consumo das famílias, um componente que representa 60% do PIB. Em entrevista ao final da cerimônia de assinatura da declaração conjunta dos presidentes do Brasil e da Argentina, Palocci reconheceu, no entanto, que a queda "ficou um pouco acima do previsto". Ele reforçou a perspectiva de que a economia vai continuar crescendo porque "todos os elementos do crescimento estão dados e devem a continuar a produzir seus efeitos". Diante da pergunta se o PIB poderá crescer menos de 3% neste ano, com base no resultado negativo do terceiro trimestre, o ministro foi cauteloso: "Vamos refazer as contas e logo esses números novos serão avaliados e divulgados". Palocci garantiu que não está preocupado com a possibilidade de os dados negativos do PIB resultarem em um aumento da pressão contra a sua permanência no governo. "Fico mais estimulado a trabalhar quando as dificuldades e os desafios aparecem. Eles servem de estímulo maior para que nós nos dediquemos a garantir o processo de crescimento que vamos realizar com certeza ao longo do próximo período", afirmou. Segundo Palocci, o Brasil entrou num ciclo longo de crescimento e este ciclo está garantido pelos fundamentos da economia brasileira. Ele procurou relativizar os dados divulgados hoje pelo IBGE observando que, no segundo trimestre do ano, houve um crescimento forte, que surpreendeu a todos. Ministro não confirma queda rápida dos juros O ministro também não quis responder de forma incisiva se o enfraquecimento do ritmo de atividade poderá permitir uma queda mais rápida das taxas de juros. "O Banco Central vai observar todos esses elementos do crescimento e do comportamento da inflação. O foco do Banco Central é o comportamento da inflação", disse. Ele procurou ainda destacar o lado positivo da política monetária. "Houve um esforço monetário no final do ano passado e no começo deste ano que trouxe uma vitória importante na redução da inflação. E isso tem seus custos. Toda política monetária tem custos. Mas acho mais importante é que vamos fechar o ano com dois pontos a menos na inflação", afirmou Palocci.

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