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Palocci pede cooperação dos empresários, em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, fez um apelo hoje aos empresários, na Fiesp, para que não sejam criados falsos atritos e pediu que trabalhem em conjunto com o governo. Foi uma resposta às críticas feitas pelo setor empresarial ao projeto de reforma tributária. Palocci assegurou que o governo Lula não aumentará a atual carga tributária a partir da aprovação do projeto. "O governo Lula tem se caracterizado por assumir compromissos e cumprí-los", afirmou. O ministro, no entanto, descartou a sugestão de que seja incluído esse compromisso na Constituição. Segundo ele, além de não ser correto do ponto de vista constitucional, a proposta poderia atingir o objetivo oposto. Ou seja, "muito provavelmente" a carga tributária não seria reduzida no futuro. Palocci reafirmou sua crença "de que é melhor dar um passo à frente do que patinar em projetos ideais", quando defendeu a proposta tributária em discussão. ?Melhor tributação é aquela que tributa igual para todos? O ministro da Fazenda também pediu aos empresários que não sejam detalhistas na discussão, evitando assim que o texto constitucional venha a ser engessado. De acordo com ele, cabe a legislação complementar tratar de temas que não forem discutidos pela reforma. Ao defender as modificações na legislação referente ao ICMS, Palocci disse que talvez essa seja a principal mudança da reforma. Segundo ele, o novo ICMS permitirá ganhos para todos. "A melhor tributação é aquela que tributa igual para todos", disse, referindo-se à cobrança na origem do ICMS, o que segundo ele, permite uma melhor organização do sistema. ?Não temos interesse em bolha artificial de crescimento? Antônio Palocci disse que o Brasil não está longe do caminho do crescimento sustentado. Segundo ele, é preciso aprender com a lição dos últimos 20 anos, quando o País passou por choques, tablitas, ortodoxias e heterodoxias, sendo que o resultado final foi um "crescimento medíocre". Assim, segundo o ministro, o atual governo não está interessado em "bolhas artificiais de crescimento". "Mesmo com seis meses de governo, posso dizer que não estamos longe do caminho do crescimento sustentado", afirmou. Palocci admitiu, no entanto, que ainda existem muitos problemas em vários setores da economia. "O governo tem convicção de que houve uma evolução assimétrica da nossa economia", disse, citando em seguida o ótimo desempenho do setor do agronegócio, que tem recebido um tratamento adequado em termos de crédito e de incentivo nos últimos anos. Ele citou também o bom desempenho do setor exportador, estimando que o saldo comercial neste primeiro semestre deve bater o recorde nos últimos 12 ou 13 anos, alcançando US$ 10 bilhões.

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