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Panamericano compra carteira do Cruzeiro do Sul

Em leilão que durou dez minutos, o banco pagou R$ 351 milhões pela operação de crédito consignado da instituição liquidada em setembro de 2012

Foto do author Aline Bronzati
Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

O banco Panamericano comprou a carteira de crédito consignado do Banco Cruzeiro do Sul, liquidado em setembro do ano passado. A instituição pagou R$ 351 milhões e venceu o leilão realizado ontem, cujo lance mínimo era de R$ 350 milhões. O Panamericano, que quase quebrou em 2010, pertence ao banco de investimentos BTG Pactual e à Caixa Econômica Federal.A operação, realizada na sede da Zukerman Leilões, durou cerca de dez minutos e teve apenas dois lances. A carteira leiloada é resultado de 237 convênios de crédito consignado acertados com órgãos públicos federais, estaduais e municipais, além de sete convênios com empresas do setor privado. Os cartões de crédito são da bandeira Visa e seu processamento é de responsabilidade da processadora de cartões Fidelity."Com essa aquisição, a companhia reforçará sua posição nos segmentos de cartões de crédito e no crédito consignado", destaca o Panamericano, em fato relevante divulgado ao mercado. Ao adquirir a carteira do Cruzeiro do Sul, o Panamericano também levou a marca Card Melhor Idade, que tem cerca de 471 mil unidades, sendo 321 mil ativos, e todo o material mercadológico do produto. Esses cartões estão bloqueados desde a decretação da liquidação extrajudicial do Cruzeiro do Sul."É um momento importante para o Panamericano, que reforça sua atuação em cartões consignados, segmento com grande potencial de expansão no País e capaz de atender, com taxas reduzidas, a um público de menor renda, que normalmente tem maior dificuldade de acesso aos cartões de crédito tradicionais", afirma o presidente do banco, José Luiz Acar, em nota à imprensa.O Panamericano já contabiliza uma base de 2,5 milhões de cartões de crédito das bandeiras Visa e Mastercard e, com a aquisição, deve chegar a 3 milhões de clientes atendidos em cartões. O banco poderá transferir não só a titularidade de 237 convênios de cartão, mas também o sistema interno de tratamento de propostas de cartão. Além disso, está incluso na oferta o contrato celebrado com a Fidelity que inclui, além do processamento, o uso do serviço de call center. Liquidação. O Cruzeiro do Sul foi liquidado pelo Banco Central após a apuração de um rombo contábil de R$ 3,1 bilhões. Dezessete pessoas foram acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de praticar crimes como gestão fraudulenta, caixa 2 e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, o banco teria criado mais de 300 mil empréstimos consignados falsos para maquiar seus balanços e dar a impressão de que seus números eram bons. O ex-controlador do banco, Luís Octávio Índio da Costa, chegou a passar duas semanas na cadeia, em São Paulo. Seu pai, Luís Felippe, ficou em prisão domiciliar, no Rio. Eles sempre negaram as acusações e afirmam que as avaliações feitas na contabilidade do banco desde a época da intervenção estariam incorretas.

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