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Pandemia afeta resultados da Iochpe-Maxion, e câmbio traz novos clientes

Maior fabricante de rodas do mundo, multinacional brasileira teve de reestruturar operações com fechamento de fábrica e corte de pessoal

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Em março, logo após o início da pandemia de coronavírus no Brasil, o presidente da multinacional brasileira Iochpe-Maxion, Marcos Oliveira, não acreditava que o impacto na empresa seria tão forte. Desde então, a líder global em produção de rodas automotivas de aço e de alumínio fechou uma de suas duas fábricas nos Estados Unidos, fez uma reestruturação que cortou 8% do seu quadro de pessoal, reduziu investimentos e postergou por quase um ano a inauguração de uma unidade na China.

Parte dessas medidas já estava sendo avaliada, mas a crise que veio com a covid-19 tornou-as necessárias, informa Oliveira. No terceiro trimestre, a empresa viu seu lucro líquido cair 115,5% em relação a igual período de 2019 e registrou prejuízo de R$ 18,8 milhões. Oliveira, porém, continua otimista. “A recuperação tem sido mais rápida do que imaginávamos”, diz.

Oliveira, presidente da Iochpe-Maxion, diz que câmbio ajuda a atrair clientes externos Foto: Iochpe-Maxion

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Para ele, uma eventual segunda onda da pandemia não deve alterar a atual previsão global de produção de veículos leves, de 73 milhões de unidades, quase 18% inferior ao resultado de 2019. A volta aos volumes do ano passado só dve ocorrer em 2022 ou 2023. 

Os desafios para melhorar resultados nesse último trimestre incluem dificuldades de abastecimento de matéria-prima, problema enfrentado por vários setores industriais em parte justamente por causa da retomada econômica mais forte do que o esperado. O grupo que tem 31 fábricas, sendo oito no Brasil, já opera com 75% a 80% de sua capacidade produtiva. No País, tem convocado funcionários para horas extras principalmente para recuperar os atrasos das entregas dos fornecedores.

Novo contrato externo

O período de pandemia não foi só de má notícias. Há dois meses, a Iochpe-Maxion ganhou um contrato de fornecimento de rodas de aço para a americana Taksmaster Components, que atua no segmento de trailers, vencendo concorrentes do próprio EUA e da China. A maior parte das rodas será feita no Brasil, e parte irá também do México e da Índia. “Não divulgamos valores, mas é um contrato que nos permite aumentar nossa participação no mercado americano e também conquistar novos clientes”, afirma Oliveira.

O câmbio ajudou na conquista do novo contrato. Oliveira informa que a empresa compra a matéria-prima usada na produção nas próprias regiões onde produz, por isso tem head cambial natural, que reflete positivamente na receita com os resultados das subsidiárias do exterior. “O ponto negativo é que impacta na nossa dívida”, diz o executivo.

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A Iochpe-Maxion emprega hoje cerca de 15 mil trabalhadores, dos quais 7 mil no Brasil (onde não houve cortes), e tem 27% de sua receita vinda do Brasil, participação que já foi 40% antes da crise de 2014. Com o crescimento das operações externas, Oliveira acredita que essa fatia deve chegar no máximo a 30% quando os negócios se estabilizarem.

A companhia também te feito várias parcerias para preparar seus produtos para o futuro elétrico, autônomo e compartilhado a mobilidade. Entre os projetos em andamento estão a redução do peso das rodas de aço e rodas inteligentes que coletam dados da viagem e medem pressão dos pneus.

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