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Pânico não pode dominar o País, diz Meirelles

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Por Redação
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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que a mesma preocupação com a alta dos preços verificada ao longo deste ano está sendo vista agora em relação aos números da economia. E ele buscou acalmar os analistas. "Temos tido pânico na sociedade em relação à inflação. Agora há pânico em relação à atividade. Nem o primeiro se mostrou correto nem o segundo será evidenciado pelos fatos", afirmou Meirelles ontem, em discurso em almoço de final de ano da Associação Brasileira da Indústria Eletro-eletrônica (Abinee). Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou forte queda da produção industrial em outubro ante setembro. Já hoje, o IBGE revelou que a inflação ao consumidor veio abaixo das expectativas do mercado. Durante várias vezes no discurso, Meirelles salientou que há riscos de recessão no mundo, mas que entre os emergentes se espera apenas uma desaceleração das economias. Para o Brasil, Meirelles acredita que a desaceleração terá menor duração e intensidade do que em outros países. O presidente do BC lembrou que a projeção do Fundo Monetário Internacional para a expansão do PIB brasileiro em 2009 é de 3%, superior portanto à média mundial: "A grande diferença dessa crise em relação a situações vividas pelo País no passado é que hoje estamos mais bem preparados para enfrentar as condições adversas." DÓLAR Ontem, no momento em que o dólar subia 3,22%, a R$ 2,60, Meirelles, reafirmava que a instituição não possui metas para a taxa de câmbio. "O Banco Central não tem meta para a taxa de câmbio, nem defende cotações específicas", afirmou. Segundo ele, a atuação da autoridade monetária visa apenas a corrigir distorções na formação de preços em função de problemas de liquidez do mercado. "Temos hoje um patamar de reservas superior a US$ 207 bilhões, o que nos dá bastante conforto para enfrentar as restrições de liquidez", explicou. Meirelles lembrou que o BC vem adotando ações "tempestivas" para enfrentar a crise. "A restrição de liquidez em moeda estrangeira levou-nos a injetar recursos no mercado, seja através da venda direta, seja através de empréstimos especialmente para o financiamento das exportações." Graças a essa atuação, segundo Meirelles, a oferta de recursos para exportadores parece relativamente regularizada.

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