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Pão de Açúcar e Itaú fazem acordo de R$ 600 milhões

Banco resolve pagar para ficar livre para atuar com outras redes varejistas

Por Rodrigo Petry
Atualização:

Menos de uma semana depois de anunciar uma fusão na área de seguros com a Porto Seguro, o Itaú-Unibanco fechou um novo acordo milionário. Desse vez, porém, não se tratou de compra, venda, fusão ou associação: o banco resolveu pagar R$ 550 milhões ao grupo Pão de Açúcar simplesmente para encerrar o contrato de exclusividade das duas companhias em operações de serviços financeiros na rede varejista, como a concessão de crédito aos clientes. Esse acordo, fechado em 2004, teria perdido o sentido, já que as condições dos dois grupos mudaram completamente desde então, com operações de fusões e aquisições que deram novo porte às operações. Com a fusão entre os bancos Itaú e Unibanco, fechada no ano passado, a manutenção do acordo acabou gerando um conflito de interesses. Enquanto o Itaú tinha exclusividade com o Pão de Açúcar, por meio da Financeira Itaú CBD (FIC), o Unibanco já operava acordos semelhantes com outras redes de varejo, como o Magazine Luiza, Wal-Mart e Lojas Americanas. O Unibanco também tem parceria com o Ponto Frio. Porém a rede foi comprada em junho, por R$ 824,5 milhões, pelo próprio Grupo Pão de Açúcar. A aquisição deu ao Pão de Açúcar a liderança no varejo brasileiro, com mais de mil lojas e quase 80 mil empregados. NOVO PERÍODO Entretanto, ao contrário do Itaú-Unibanco, que está livre para oferecer serviços financeiros agora a qualquer rede de varejo, a FIC continuará operando exclusivamente com o Pão de Açúcar. A vigência do acordo entre as companhias foi ampliada por mais cinco anos: agora, seguirá até 28 de agosto de 2029. O Itaú-Unibanco pagou mais R$ 50 milhões ao Pão de Açúcar para estender esse acordo - ou seja, o Pão de Açúcar vai embolsar R$ 600 milhões com toda essa operação. A participação da FIC no total das vendas da rede varejista estava em 13,8% em junho, com uma carteira de 5,8 milhões de clientes. De acordo com comunicado das empresas enviado na sexta-feira à noite à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a nova regra vale para todas as operações do grupo varejista: supermercados, hipermercados, lojas de conveniência, lojas para comercialização de produtos eletroeletrônicos, lojas de "atacarejo" (modelo que mistura atacado com varejo), postos de combustíveis, drogarias e vendas por meio da internet. Ainda de acordo com o fato relevante encaminhado à CVM, o acordo produzirá efeito imediato nos resultados das duas companhias.

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