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Pão de Açúcar patina e Carrefour avança no mercado brasileiro

Rede francesa registrou crescimento de 10% no quarto trimestre, enquanto a varejista nacional avançou 1%

Por Dayanne Sousa
Atualização:

As vendas do grupo Carrefour no Brasil ganharam fôlego no último trimestre de 2014, período em que os negócios de alimentos do Grupo Pão de Açúcar (GPA) mantiveram ritmo de crescimento considerado fraco por analistas. Para profissionais do mercado ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, os números de vendas das companhias ascendem um sinal amarelo para o GPA e podem sinalizar algum ganho de participação de mercado do Carrefour em 2015.Considerando o indicador de vendas mesmas lojas, que leva em conta unidades abertas há mais de um ano, o Carrefour reportou crescimento de 10,4% no Brasil no quarto trimestre. No acumulado do ano, o Carrefour Brasil cresceu 8% em vendas mesmas lojas. O ritmo é mais acelerado que o do GPA. Considerando o segmento alimentar, que é o negócio em que o GPA concorre diretamente com o Carrefour, o crescimento em mesmas lojas foi de 1% no quarto trimestre e de 3,5% no acumulado do ano.O crescimento das vendas no segmento alimentar do GPA (que inclui supermercados, hipermercados e atacado de autosserviço) começou a desacelerar em julho do ano passado. No terceiro trimestre de 2014, as bandeiras Extra, Pão de Açúcar e Assaí já haviam surpreendido negativamente o mercado ao terem crescimento de apenas 0,6% em vendas mesmas lojas contra 7,7% de crescimento do Carrefour Brasil no mesmo período.Para os analistas do setor, uma das explicações para a diferença de performance está no crescimento acelerado do formato "atacarejo". O Carrefour tem uma maior exposição a esse negócio, por meio do Atacadão, do que o GPA, por meio do Assaí. Ao mesmo tempo, o GPA passa por um processo de reformulação no seu negócio de hipermercados, com a bandeira Extra, que chegou a ter queda de vendas no terceiro trimestre. "Ficou claro que o 'turnaround' no Extra ainda tem muito pela frente ", escreveu o analista do Credit Suisse, Tobias Stingelin. Além disso, a estratégia de competição por preços que o GPA tem adotado está sendo questionada. "Acreditamos que a postura agressiva em preços do GPA ainda está por se traduzir em melhores volumes", afirmaram Irma Sgarz, Bernardo Cavalcanti, e Alencar Costa, analistas do Goldman Sachs. Bolsa. Ontem pela manhã, o diretor financeiro do Carrefour, Pierre-Jean Sivignonem, disse em teleconferência, que o grupo mantém o plano de oferecer ações da filial brasileira na Bolsa. Se houver condições favoráveis na economia, a operação pode acontecer durante 2015.

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