Após adquirir a Casas Bahia, o grupo Pão de Açúcar equivalerá, em faturamento, à soma dos concorrentes Carrefour e Wal-Mart no Brasil. O Pão de Açúcar anunciou nesta sexta-feira que fechou a compra da Casas Bahia, formando uma empresa com um faturamento aproximado de R$ 40 bilhões.
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Em 2008, as vendas do Carrefour (segunda maior rede de supermercados do País) no Brasil chegaram a R$ 22,5 bilhões, enquanto as do Wal-Mart ficaram em R$ 16,9 bilhões, segundo ranking da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
"É um distanciamento bastante significativo entre o Pão de Açúcar e o segundo player", diz o professor do Insper (antigo Ibmec São Paulo) Silvio Laban. "As duas empresas (Pão de Açúcar e Casas Bahia) já eram gigantes, cada uma era líder no seu segmento. Agora, é um novo patamar", afirma Laban.
Pão de Açúcar muda posição
A nova aquisição consolida uma "mudança de posição" do Pão de Açúcar, na avaliação de Ricardo Pastore, coordenador do Núcleo de Estudo de Varejo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
"O Pão de Açúcar, que é uma empresa prodominantemente de varejo de alimentos, agora chega ao mercado de eletroeletrônicos e de móveis. É uma mudança estratégica importante, inteligente e muito oportuna", avalia Pastore, referindo-se à tendência de aumento de demanda por parte das classes C, D e E.
No setor de eletroeletrônicos, o Pão de açúcar agora detém as duas redes que, até o ano passado, eram as maiores do ramo. As Casas Bahia lideram o ranking em faturamento, enquanto o Ponto Frio aparece em segundo, de acordo com estimativa apresentada pelo próprio Pão de Açúcar.
Laban chama atenção para o fato de que o Pão de Açúcar fica "mais dependente" do setor de eletro-eletrônicos, "o que pode ser bom ou ruim", a depender do desempenho do segmento futuramente.