A expectativa de queda livre no dólar por conta da entrada de US$ 3,6 bilhões no País trazidos pelo Santander referente ao pagamento da venda do Banespa não conseguiu se sustentar por muito tempo e pode ter afetado alguns fundos cambiais. Gestores que apostaram na queda das cotações se desfazendo de seus papéis, mas não recompondo suas posições comprando a moeda a uma taxa mais baixa, poderá registrar perda em suas carteiras. Isso porque o dólar voltou a subir com mais força na quarta-feira e, na sexta, já retomava a cotação da semana anterior, R$ 1,9590. Para os administradores de fundos que não alteraram suas posições, o impacto da queda no dólar no início da semana vai depender da composição da carteira. Quem tem papéis com prazo maiores pode ter apropriado alguma perda, mas como o dólar voltou a subir, esse resultado pode ter se anulado. O impacto maior sobre o dólar ocorreu na segunda-feira, quando a moeda norte-americana caiu 2,49% em relação a sexta-feira, e fechou cotada em R$ 1,91; na terça, a desvalorização foi menor, 1,14%, com fechamento em R$ 1,92. A queda mais intensa do dólar foi contida pelo Banco Central (BC) que interveio no mercado cambial, realizando um leilão de compra da moeda junto aos dealers (instituições autorizadas a operar em nome do BC). Segundo o diretor de Risco da Lloyds Asset Management (LAM), Gilberto Poso, o recuo do dólar não é interessante para o governo, pois isso prejudicaria as exportações e a balança comercial. Flávio Bojikian, diretor de Renda Fixa do BankBoston Asset Management, também acredita que o dólar não deve sofrer outras quedas bruscas. Portanto, aplicar em fundos cambiais só para investidores específicos, para fazer um hedge (proteção), recomenda.