17 de setembro de 2013 | 02h07
De acordo com ele, a bancada capixaba fez pressão antes da entrega das propostas, para que o leilão fosse adiado. "Os políticos do Espírito Santo levantaram essa lebre antes mesmo da realização do leilão e deixaram os investidores na defensiva", disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.
As empresas temem episódios semelhantes àqueles ocorridos no governo Roberto Requião, no Paraná, quando foi dado início a uma guerra para impedir aumentos nas tarifas previstas em contrato. No próprio Espírito Santo ocorreu o mesmo problema, na Terceira Ponte, entre Vila Velha e Vitória. Houve protestos populares, projetos no Legislativo capixaba e questionamentos na Justiça para acabar com a cobrança.
"Aquilo deixou a gente preocupado", disse Chaves. A Fidens entregou proposta para o leilão da BR-050 no Consórcio do Sertão, formado também por Via Engenharia, Construtora Aterpa, Carioca Engenharia e Construtora Barbosa Mello.
Em relação às questões técnicas, o executivo disse que há trechos em que é desnecessário duplicar a via, tendo em vista o volume de tráfego nesses locais. E citou alterações nos locais das praças de pedágio para ajudar a viabilizar a concessão economicamente. "O custo que foi mensurado pelo governo ficou abaixo do que a gente encontrou, tanto em relação a obras quanto a manutenção e conserva."A taxa de retorno real (7,2% ao ano), disse Chaves, "está dentro do mercado". "Não é a encontrada no melhor dos mundos, mas não é ela que inviabiliza o projeto."
A análise da corretora Concórdia vai no mesmo sentido. "Manifestações políticas contrárias no Espírito Santo, Estado que está incluso no traçado da BR-262, e possível inviabilidade financeira do projeto - nas condições ofertadas - teriam levado ao desinteresse", afirmaram as analistas Karina Freitas e Daniela Martins, em relatório.
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