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Para a Oi, competir em São Paulo será ''''fácil''''

Segundo presidente da empresa, difícil é crescer em mercados como[br]o Norte e o Nordeste, onde o poder aquisitivo da população é menor

Por Nilson Brandão Junior
Atualização:

O presidente da Oi (ex-Telemar), Luiz Eduardo Falco, disse ontem que será mais fácil competir em São Paulo, onde o poder aquisitivo é maior, do que nas regiões onde a empresa já atua. "Quando você disputa miséria de recursos é melhor do que quando você disputa miséria sem recursos. E a nossa região, principalmente o Norte e o Nordeste, é muito pobre." A Oi comprou esta semana licenças para operar no Estado de São Paulo, onde vai disputar espaço com as líderes do mercado nacional - Vivo, TIM e Claro. A previsão da empresa é montar sua rede no Estado em seis a sete meses. Para especialistas, a entrada da operadora beneficiará os consumidores, já que as tarifas na capital paulista são as segundas mais caras no País dentre nove capitais. Apesar de otimista, Falco sabe que a Oi terá de trabalhar duro para ganhar mercado. "Nossos rivais (em São Paulo) são muito sofisticados. A gente não pode subestimar nossos concorrentes. Obviamente, o fato de operarem nacionalmente traz uma vantagem competitiva para um certo público. A gente está tentando diminuir essa diferença chegando a São Paulo", disse o executivo. No leilão de licenças realizado esta semana pela Anatel, a Vivo e a Claro conseguiram comprar licenças que permitem a elas levar sua cobertura para todo o País, a exemplo da TIM. Das quatro maiores, portanto, apenas a Oi não terá cobertura nacional. A empresa não está presente exatamente na área de atuação da Brasil Telecom. Ou seja, uma eventual fusão entre as duas empresas, como vem sendo cogitado até pelo governo, completaria o quadro. Em relação à chegada a São Paulo, Falco limitou-se a comentar que a empresa vai "propor coisas diferentes" e que não haverá subsídios para a compra de aparelhos de celular para os clientes no sistema pré-pago. DISPUTA Levantamento feito pela consultoria Teleco a pedido do Estado mostra que as tarifas de ligação de aparelho celular pré-pago para fixo são mais altas na capital paulista que em outras capitais. A ligação é, em média, 30% mais cara do que a média das mesmas operadoras em Recife e 14% acima da média de Belo Horizonte e Curitiba. A tarifa paulistana também é mais cara do que a cobrada em Porto Alegre, Brasília, Salvador e Belém. As tarifas cobradas em São Paulo são inferiores apenas às do Rio. Com base nesse quadro, os especialistas são unânimes em afirmar que a presença de uma quarta grande operadora no Estado poderá baixar preços. "Ganha o consumidor, que vai ter mais competição nessas regiões", diz o sócio da KPMG Manoel Fernandes. O diretor da Teleco Eduardo Tude tem a mesma avaliação. Ele explica que as tarifas em São Paulo são altas porque a renda local é maior e a concorrência, menor.

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