O presidente da Abamec-SP (Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais), Francisco Petros, considera que a conjuntura internacional e nacional difícil inviabilizou a operação de troca de títulos públicos (Letras Financeiras do Tesouro), ontem. Ele minimizou a possibilidade de que tenha havido ?retaliação" dos gestores de recursos, dada a exigência do governo de antecipação no ajuste dos fundos ao mecanismo de "marcação a mercado". Alguns dirigentes acreditam que a indústria de fundos de renda fixa e DI teve a credibilidade prejudicada com a necessidade de fazer com que os investidores amargassem prejuízos em maio, para adaptar a carteira à determinação governamental. Petros considera a medida - do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários - "acertada, pois trará maior transparência na gestão dos recursos". Segundo ele, um recuo do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários nesse momento seria ainda mais danoso do que o tumulto com a antecipação do ajuste dos fundos para o final de maio. O governo, ao antecipar o ajuste das carteiras de setembro para o final de maio, provocou perdas mesmo em fundos conservadores, como renda fixa e DI. Capitalização Francisco Petros diz que a retração na atividade econômica reduz a necessidade de capitalização das empresas. Segundo ele, a oferta de recursos para as companhias brasileiras de capital aberto (com ações em Bolsa) é adequada, mesmo com a menor captação no mercado internacional. As empresas estão menos endividadas e o interesse em captar é menor dada a difícil conjuntura nacional e internacional, diz Petros.