07 de junho de 2013 | 02h07
Para ele, o conteúdo do documento forma um conjunto harmonioso de "ação e explicações", sobre a condução da política monetária e se tornou "um passo muito importante" para o resgate da credibilidade do BC entre os agentes econômicos. "Em razão desse atuação positiva do BC, a curva de juros futura de 4 a 5 anos deverá baixar, pois naturalmente vai diminuir a apreensão do mercado com a inflação", ponderou.
Graças à ação do BC de atacar de frente a inflação, Salomon aponta que faz sentido o mercado apontar que o ciclo da Selic neste ano deve registrar mais três altas, sendo duas elevações de 0,5 ponto porcentual e uma última de 0,25 ponto porcentual, o que levaria a taxa de juro a 9,25% neste ano. Para Salomon, contudo, o aperto monetário terá de ser um pouco mais forte, porque a política fiscal é expansionista e contribui para as pressões de alta da inflação.
Odair Abate, estrategista-chefe do Votorantim Private Bank, também acredita que, com a decisão unânime de elevar a Selic em 0,5 ponto porcentual, seguida por uma ata com tom firme, o Banco Central conseguiu alinhar discurso e ação, reforçando sua credibilidade no mercado. Segundo ele, "o BC tomou a decisão na hora e na magnitude correta, se posicionando à frente da curva".
Ele pondera, no entanto, que ainda é preciso verificar se essa melhor percepção vai se refletir nas expectativas inflacionárias. Além disso, diz ele, com essa postura mais dura do BC, se o Copom em julho não decidir por nova alta de 0,5 ponto porcentual, é possível que ação e discurso se desencaixem novamente. Abate acredita em Selic de 8,75% no fim do ano.
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