05 de agosto de 2017 | 05h00
Os analistas iniciaram agosto com maior apetite ao risco, principalmente depois da derrubada do pedido de investigação do presidente Michel Temer. A despeito da baixa popularidade do governo, parte dos agentes do mercado respirou aliviada. A equipe da XP, por exemplo, diz que o desfecho trouxe a sinalização de permanência da equipe econômica e da possível aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano. Esses fatores se somam aos juros em queda e aos resultados das companhias no segundo trimestre, que estão se mostrando melhores do que o esperado.
A XP incluiu em sua carteira Rumo, Marcopolo e Petrobrás. Sobre Rumo, os analistas da corretora dizem que os fundamentos devem melhorar gradualmente ao longo de 2017, principalmente por conta das safras melhores. A respeito de Marcopolo, a equipe de análise aposta que os resultados do segundo trimestre devem confirmar a tendência de fortalecimento de receitas advindas do exterior, bem como o mercado de transportes local também pode ensaiar recuperação.
Quanto à Petrobrás, o time da XP lembra que a companhia divulgará seus resultados na próxima quinta-feira (10), com expectativa de forte expansão do lucro na comparação anual e continuidade do processo de desalavancagem. “O lucro pode mais do que dobrar. O desempenho poderá se traduzir em revisão das expectativas para cima e impulsionar as ações”, explica a analista Bruna Pezzin.
A Petrobrás também entrou no portfólio do Bradesco BBI. Seus analistas dizem ter visão otimista para o papel no longo prazo. “Temos notado um ambiente regulatório mais favorável, incluindo a atual política de preços para os combustíveis.” O Bradesco também incluiu Banco do Brasil - com aposta na recuperação da rentabilidade neste ano – e Qualicorp, que deve passar por trajetória de expansão de margem e geração de caixa.
O Santander recomendou Lojas Americanas, que é beneficiada pela Selic menor. “Acreditamos que o aumento de capital bem-sucedido da empresa e de sua subsidiária B2W melhora o perfil da dívida de ambas e abre o caminho para a expansão de lojas, além de contribuir para os resultados futuros.”
Lojas Americanas também entrou na carteira do Banco do Brasil. Os analistas consideraram a resiliência do negócio, focado em produtos de baixo tíquete, e citou as perspectivas positivas para os resultados do segundo trimestre. Outro papel que entrou na carteira foi Vale ON, com a resiliência do preço do minério de ferro, a expectativa em torno do novo plano estratégico da mineradora e a conversão de ações preferenciais em ordinárias.
O Citi foi outra casa que indicou Lojas Americanas, citando que a empresa está bem posicionada para participar da esperada recuperação da atividade econômica. Outro papel que entrou na carteira foi Iochpe-Maxion, que conta com estabilização da demanda no mercado doméstico e menores taxas de juros impulsionando o lucro.
Sobre a permanência de Temer, para a Guide, ele saiu fortalecido da votação, o que pode dar impulso à agenda de reformas. Porém, a possibilidade de surpresas em âmbito político e o início das notícias em torno das eleições de 2018 devem impor cautela aos investidores.
Para Vitor Suzaki, analista da Lerosa, o clima de insegurança continua, por conta da possibilidade de nova denúncia do procurador-geral da República Rodrigo Janot.
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