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Para analistas, emergentes vão continuar reféns

Por NOVA YORK
Atualização:

As moedas dos países emergentes deverão ser mantidas como reféns das taxas de retorno dos títulos do Tesouro dos EUA no curto prazo, deixando aos formuladores de políticas pouco espaço de manobra, dizem analistas. Moedas como a rupia da Índia e a lira da Turquia caíram a níveis recordes de baixa nos últimos dias, conforme a alta dos juros dos Treasuries provocavam vendas de ativos dos países emergentes. Os investidores estão se preparando para a reunião do Federal Reserve em setembro, quando se espera que o Fed comece a reduzir seu programa de estímulo à economia, que já dura quatro anos.Os investidores têm vendido moedas e bônus dos mercados emergentes e voltando a ativos americanos, disseram os analistas. Segundo uma análise dos dados da EPFR Global Data feita pelo JPMorgan, os fundos que investem em bônus de mercados emergentes acumularam 13 semanas seguidas de fluxos negativos, com os investidores retirando US$ 990 milhões na semana até a quarta-feira.Segundo Dan Dorrow, chefe de pesquisas da Faros Trading, não se deve esperar que essa dinâmica mude em breve. Para ele, as autoridades econômicas e monetárias da Turquia e de outros emergentes terão dificuldades para conter ataques a suas moedas até que os mercados se ajustem à mudança da política do Fed e os juros dos Treasuries se estabilizem. "Os formuladores de políticas não têm como fazer nada além de desacelerar essa trajetória."Nos últimos dias, vários bancos centrais, entre eles os da Indonésia, da Turquia e do Brasil intensificaram esforços para reduzir quedas fortes de suas moedas e bônus. O BC da Turquia tem feito leilões diários de moeda estrangeira para proteger a lira e o BC brasileiro anunciou na quinta-feira que vai prover pelo menos mais US$ 60 bilhões em liquidez até o fim do ano.De acordo com dados da FactSet, as duas moedas acumulam quedas de mais de 11% ante o dólar desde o início do ano. Mas, enquanto o real teve recuperação significativa ontem, em reação ao anúncio do BC, a lira turca teve ganho de apenas 0,2%. "Mas, se eles não tivessem feito nada para reduzir a volatilidade, as coisas teriam ficado muito piores", comentou Dorrow. / DOW JONES NEWSWIRES

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