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Para analistas, regulação de bancos avançou

Para os economistas ouvidos pelo Estado, houve avanço no sentido de evitar que o problema venha a se repetir

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Por Fernando Scheller
Atualização:

A crise de 2008 é vista por economistas como uma turbulência gerada pela falta de regulação dos bancos nos países desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos. A concessão de empréstimos imobiliários sem critério, a consumidores sem condições de arcar com as prestações – e, por isso, classificados como subprime – gerou um “efeito dominó” que afetou os mercados de todo o mundo.

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Para os economistas ouvidos pelo Estado, houve avanço no sentido de evitar que o problema venha a se repetir. “Na questão de liquidez bancária, que foi uma das causas do problema do Lehman Brothers, a regulação melhorou bastante, ficou muito mais restritiva”, diz Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco. “Os bancos têm capacidade menor de se alavancar, precisam ter colchões de liquidez mais amplos.”

Na visão de Mesquita, as exigências de instituições como o Federal Reserve (o banco bentral americano) de certa forma até impediram a recuperação do crédito nos primeiros anos após a crise – isso porque os bancos precisaram separar mais capital para garantir os valores dos empréstimos que pretendem fazer.

“Acho que outra coisa que ficou evidente (com o estouro da crise) é que, quando a política monetária é muito frouxa, surge o problema da assunção exagerada de risco. E a regulação tem de atuar contra isso. Então, os perigos do juro baixo ficaram mais evidentes depois da crise”, aponta Mesquita.

Prudência. Para Samuel Pessôa, economista do Ibre/FGV, a impressão é que a regulação “mudou muito”, com a criação de uma política que se preocupa com os potenciais efeitos de uma crise em instituições financeiras na macroeconomia. Pessôa ressalva que atualmente, nos EUA, há até quem ache que as regras tenham sido duras demais. “Donald Trump ganhou uma eleição com o diagnóstico contrário, de que a regulação passou do ponto.” 

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