26 de junho de 2011 | 00h00
Primeiro, a inovação deve ser entendida e incentivada como parte da estratégia de negócios das empresas. São elas as principais responsáveis por inovação, que não é fruto de projetos universitários nem de filantropia governamental. Ela só ocorre de forma sistemática quando incorporada ao modelo de negócio das empresas e com clara expectativa de retorno. No Brasil, nem sempre se leva em conta a viabilidade econômica dos projetos a serem incentivados.
O segundo ponto é que as empresas se engajam em inovação por pressão da concorrência, em geral, internacional. Não existe empresa que inove para o mercado doméstico. É por isso que há enorme correlação entre empresas mais inovadoras e mais internacionalizadas, incluindo o caso brasileiro.
A terceira dimensão é que inovação ocorre em geral em cadeias globalizadas ou em parcerias internacionais. É cada vez mais raro projetos de inovações totalmente desenvolvidos numa mesma instituição ou país. Seja por custos, oportunidades ou prazos, as empresas têm buscado parcerias externas, incorporando avanços já existentes. É fazer parte dessa rede dinâmica que o Brasil deve almejar. Tende a ser um grande limitante para os projetos incentivados no Brasil exigir que sejam desenvolvidos integralmente no País.
Em síntese, o Brasil dispõe de ótimas condições para avançar a passos rápidos no campo da inovação tecnológica vinculada à agregação de valor e à competitividade de nossas empresas. Mas é necessário ainda ajustar algumas políticas e incentivos.
É SÓCIO-DIRETOR DA PROSPECTIVA CONSULTORIA INTERNACIONAL
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