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Para Azevêdo, situação do órgão que soluciona controvérsias na OMC é preocupante

Diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo admitiu que há risco de paralisação do sistema que resolve controvérsias entre países

Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA- O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, admitiu que a situação do Órgão de Solução de Disputas da entidade é "preocupante" e que há risco grande de paralisação do sistema responsável por resolver controvérsias entre países.

Diretor-geral da OMCafirmou ser preocupante a situação do órgão que resolve controvérsias entre países na OMC Foto: Edgar Su/Reuters

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Como mostrou o Estadão/Broadcast, desde o ano passado, a Casa Branca passou a vetar a nomeação de novos árbitros para o órgão todas as vezes que uma vaga era aberta. Três juízes deixaram o órgão e nenhum deles foi substituído, e hoje o órgão tem apenas quatro pessoas. Com isso, há um atraso sem precedentes no tratamento de disputas.+ Diretor da OMC afirma que sobretaxação de aço impacta exportações brasileiras

"A situação do órgão de solução de controvérsias da OMC é muito delicada, muito preocupante. Não houve paralisação do sistema ainda, mas se essa situação perdurar durante muito tempo, o risco é grande", afirmou Azevêdo, após reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "Estamos conversando com outros membros para ver se eles encontram solução para esse impasse, mas não há prazo."

Para o diretor-geral, no entanto, essa situação não representa um enfraquecimento da OMC em um momento em que aumenta a tensão de uma guerra comercial com o anúncio de uma sobretaxa às importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos. "A OMC não está enfraquecida, pelo contrário. Quanto mais tensão no cenário internacional, mais forte ela fica."+ Trump diz que União Europeia precisa eliminar barreiras tarifárias contra os EUA

Ele disse ainda que discutiu com Meirelles a questão do aço e o impacto na economia brasileira, mas que acredita que, apesar de haver um risco maior do que antes de uma escalada comercial, as partes estão começando a dialogar. "Minha percepção é que as partes começam a se falar para evitar um cenário de ações unilaterais recíprocas, que elevam o risco de um efeito dominó", completou.

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