
24 de agosto de 2010 | 12h58
Em entrevista sobre os dados de crédito divulgados hoje pelo BC, Altamir também atribuiu a elevação do spread bancário (diferença entre a taxa de captação e o efetivamente cobrado do cliente final) para as empresas a um movimento de migração das pessoas jurídicas para o financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo ele, as grandes companhias, que têm um menor nível de risco, estão tomando crédito com o banco estatal - cujo crescimento em 12 meses já chega a 45% -, enquanto a carteira de crédito que permanece com os bancos privados teria um nível de risco maior, provocando um custo maior de financiamento.
Ele considerou como "improvável" a hipótese de que as instituições financeiras simplesmente estariam elevando suas margens de lucros ao subir os spreads. Altamir disse ainda que a elevação da taxa média de juros para pessoa jurídica ocorreu principalmente por causa de duas modalidades: desconto de duplicatas e conta garantida.
A primeira registrou taxa de 41,1% ao ano no mês passado, ante 38,4% em julho. Já a conta garantida subiu 6,8 pontos porcentuais de um mês para o outro, atingindo a taxa de 91,8% ao ano, a mais alta desde abril de 1999. Segundo Altamir, movimentos pontuais de empresas também ajudam a explicar a alta no custo médio do crédito livre para empresas.
O técnico avaliou que a alta dos juros e do spread para as empresas no mês passado não representa uma tendência. Segundo ele, o mês de agosto já traz sinais de estabilização. Embora também não espere uma redução dos custos no curto prazo, para o horizonte de médio prazo (a partir do ano que vem), Altamir enxerga uma tendência de redução das taxas cobradas das empresas.
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