
03 de outubro de 2007 | 15h53
O atual movimento de expansão do crédito no Brasil tende a continuar nos próximos anos, com a participação do total de empréstimos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) subindo do atual patamar de 33% para 41% do PIB em 2009. As projeções constam de estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgado nesta quarta-feira, 3, assinado pelos economistas André Albuquerque Sant'Anna, Ernani Teixeira Torres Filho e Marcelo Machado Nascimento. A expansão vem sendo observada desde o final de 2004, já que a relação crédito/PIB no País naquele ano estava em torno de 24,5%. Ou seja, em cerca de dois anos e meio houve aumento de 8,2 pontos porcentuais, o que indica um acréscimo de mais de três pontos percentuais a cada ano. O movimento dos últimos anos indica recuperação, após a expressiva contração observada na década de 90, antes do controle do processo inflacionário. A relação dívida/PIB caiu para níveis inferiores a 15% naquele período, lembram os autores. Mesmo com o aumento nos últimos anos, o Brasil mantém uma posição modesta no volume de crédito na economia. Num ranking de 39 países elaborado pelo Banco Mundial, citado pelos autores, o Brasil figura na 24ª posição. Nos Estados Unidos, por exemplo, a relação dívida/PIB atinge 195%, em torno de 190% no Japão e 166% na Inglaterra. Na América Latina, o Chile é o país com a maior relação dívida/PIB, com relação em torno de 80%. A Argentina e México estão em situação menos favorável que o Brasil, com a relação de 12% e 18%, respectivamente. Na Venezuela também esse indicador é ruim, aproximando-se dos 13% do PIB. Para os autores do estudo, o bom cenário para a economia brasileira, aliado ao empenho dos bancos comerciais em expandir as suas atividades, devem contribuir para manter as operações em crescimento. "A economia brasileira está atravessando o mais longo período de crescimento desde 1980. Já são 22 trimestres contínuos de expansão do PIB desde o início de 2002", observam os economistas.
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