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Para BofA, retorno real da BR-050 será de 1,7%

Segundo cálculos do banco, para chegar a uma taxa de retorno de 7,2%, seria necessário aumento de 15% no tráfego da via

Por WLADIMIR DANDRADE
Atualização:

Um relatório do Bank of America (BofA) Merrill Lynch mostra que, pelo lance vencedor no leilão da BR-050, realizado na quarta-feira, e premissas dadas pelo governo para a concessão da rodovia, o Consórcio Planalto deve conseguir uma taxa interna de retorno (TIR) de 1,7% e um valor presente líquido (NPV) negativo no negócio.Os analistas do banco calculam que para o consórcio chegar a uma taxa de retorno de 7,2%, que é a prevista na licitação, seria necessário um aumento de 15% no tráfego da via, além de volume de investimento 35% menor e redução de despesas operacionais em 30%.O resultado do leilão indica, de acordo com os analistas Sara Delfim, Murilo Freiberger e Roberto Otero, forte competição e investidores não tradicionais sendo extremamente agressivos nas próximas disputas. O relatório também detalha uma análise das propostas apresentadas pelas empresas de capital aberto no leilão da BR-050. A Triunfo ofereceu deságio de 37% sobre a tarifa básica, enquanto EcoRodovias ofertou 35,4%, a Arteris, 13,6% e a CCR, 5,1%. O BofA Merrill Lynch afirmou que a EcoRodovias vem se tornando um concorrente mais agressivo em relação à disposição de capital, tendo em vista o lance de quarta-feira e sua participação em disputas passadas. Sobre a CCR, o banco afirma que a empresa manteve sua disciplina e indica que a companhia se manterá seletiva na escolha de novos ativos para o seu portfólio. A Arteris mostrou no leilão, de acordo com os analistas, que os acionistas Abertis e Brookfield incorporaram à empresa disciplina de capital, apesar de a BR-050 possibilitar sinergias com concessões atuais da companhia.Na quarta-feira, o banco JP Morgan já havia informado acreditar ser necessário um volume de tráfego ao menos 75% acima das estimativas do governo para que a rodovia que será assumida pelo Consórcio Planalto seja rentável. O cálculo leva em conta o deságio oferecido pelo grupo, de 42,38%, e assume um custo real de capital (equity) de 7,2% e que os investimentos permanecerão como previstos inicialmente.

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