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Para Coutinho, BC poderá baixar juro em até dois anos

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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem, em um seminário na capital paulista, esperar que "ultrapassado o atual ciclo de política monetária para disciplinar a inflação, o Banco Central volte a reduzir os juros". Ele comentava um possível retorno do investidor ao mercado financeiro e um recuo do investimento produtivo, com a alta da Selic e a elevação dos juros reais."Daqui a um ano e meio, dois anos, talvez menos, o Banco Central poderá reduzir juros", afirmou. Após o pronunciamento, para jornalistas, Coutinho ressaltou que sua previsão sobre redução do juro básico é conservadora, mas reafirmou que "no médio e longo prazo, será preciso retomar trajetória de declínio da taxas de juros" por causa da inflação."É preciso disciplinar primeiro a inflação. Quando (os juros começarão a cair) é uma pergunta que tem de ser feita ao Banco Central." Segundo Coutinho, a taxa de juros entre 1994 e 1999, com juro real médio de 23%, incentivou investimentos financeiros. "Essa taxa média caiu para 12%; no início dos anos 2000, para 8% e só mais recentemente convergiu para 2% a 3%."O presidente do BNDES também avaliou que o "amadurecimento" e a "calibragem" dos projetos de infraestrutura devem atenuar as dificuldades para implantá-los e transformá-los em investimentos no Brasil. Ao comentar o fracasso do leilão da BR-262, disse que "há uma certa fracassomania no Brasil". "Em vez de olhar o conjunto se valoriza um evento."De acordo com ele, o financiamento de longo prazo com base na poupança é um pilar que falta no País. "E há um debate escasso na relevância dessa reforma." Coutinho também adiantou que o financiamento do BNDES para a infraestrutura chegará a R$ 30 bilhões em 2013 e será de R$ 33 bilhões em 2014, ante R$ 24,5 bilhões em 2012.Sobre a recuperação da economia global, Coutinho disse que a perspectiva é positiva, apesar de todos os percalços. No entanto, segundo ele, dois fatores ainda podem atrasar uma retomada mais forte: o fim da injeção de liquidez no mercado pelo governo americano e ainda a recuperação tênue de alguns blocos, como a União Europeia.

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