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Para diretor do BC, risco de calote é irracional

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, afirmou nesta quinta-feira que o risco de calote do Brasil levantado por alguns analistas "é irracional". Com base nos últimos números do governo federal, referente ao balanço de pagamentos, Figueiredo reiterou que não consegue "ver um país destes quebrar, já que os ajustes feitos nos últimos meses com todas as adversidades da conjuntura internacional demonstram que o Brasil tem capacidade para corrigir os rumos". Para ele, ?de novo, os analistas vão quebrar a cara", afirmou em palestra para os bancos em Belo Horizonte. Conforme o diretor do BC, desde a reunião extraordinária do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada antes do primeiro turno das eleições, as taxas de câmbio e o risco país se reduziram e a demanda por títulos do governo cresceu, o que "traz menos incertezas". Para Figueiredo, o maior dever do governo federal atualmente é restabelecer a confiança, já que nos fundamentos da economia "o País está muito bem". O diretor de Política Monetária do Banco Central disse que "não tem dúvidas de que o que está aí (o governo eleito) é consistente" e que tem tomado atitudes e emitido sinais de que as propostas apresentadas antes das eleições "não são conversa de candidato". "É claro que alguns erros e desvios vão acontecer no decorrer dos últimos mandados, da mesma forma que o atual governo (de Fernando Henrique Cardoso) também teve". Ele citou o caso da reforma tributária, que não chegou a ser realizada durante os oito anos de mandato do atual governo. Ainda assim, ele acredita que a taxa de risco está embutida nos papéis "erradamente". "É claro que ainda é necessária uma grande recuperação, mas o reflexo disso nos papéis e um provável default (calote) não têm cabimento". Para Figueiredo, as únicas coisas que o novo governo não poderá fazer são afrouxar a política fiscal, romper contratos, ser leniente com a inflação e voltar a controlar a taxa de câmbio. "E mais do que tudo, precisa retomar a confiança", reiterou. Ele ressaltou que sempre existe a possibilidade de reduzir as taxas de juros, mas que o novo governo terá que tomar cuidado para não entrar em um processo inflacionário.

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