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Para diretor do FMI, estagnação do bem-estar impacienta latinos

Segundo Rodrigo de Rato, os cidadãos "estão perdendo a paciência" com o fato de as taxas de crescimento de seus países não estarem se refletindo em um "maior bem-estar"

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, acredita que os cidadãos da América Latina "estão perdendo a paciência" com o fato de as taxas de crescimento de seus países não estarem se refletindo em um "maior bem-estar". Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal espanhol ABC, Rato afirma que a região "não está suficientemente integrada" na economia mundial e que tem problemas e diferenças sociais "muito consideráveis", que requerem um aumento das bases fiscais. Embora existam balanças comerciais positivas em países como Brasil, México, Peru, Colômbia e Chile, "que apontam para uma boa direção", o diretor do Fundo acha que os potenciais de crescimento na América Latina "são muito inferiores ao que deveriam ser". Por outro lado, embora tenha rejeitado as recentes críticas sobre a falta de legitimidade do FMI frente às sociedades da região, reconheceu que um dos problemas do fundo é demonstrar "que as novas economias mais dinâmicas têm mais voz". Rato sustenta que os países emergentes são "a grande mudança da economia mundial", e, por isso, acredita que assuntos como a Rodada de Doha - na qual o sistema multilateral de negociações permitiu que as economias mais poderosas não impusessem suas condições às que têm menos poder - são "muito importantes". Segundo Rato, a globalização tem aspectos "menos positivos que outros", mas é necessária, já que é uma oportunidade para que os países com renda mais baixa possam se beneficiar dos mercados mais ricos. Quanto à situação econômica européia, explica que "quase a metade da diferença de competitividade européia está relacionada com o dinamismo e a efetividade do sistema financeiro". Além disso, alerta para o fato de que a Europa tem "altíssimos níveis de protecionismo", pelos quais paga "com quatro ou cinco pontos percentuais de desemprego".

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