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Para economista, classificação do Brasil é um "absurdo"

Por Agencia Estado
Atualização:

O economista José Alexandre Scheinkman, da Universidade Princeton, disse, sobre o Brasil ser considerado o terceiro pior país do mundo para se investir, que "isso é realmente um absurdo e, se fosse verdade, o Brasil não atrairia tanto investimento direto estrangeiro". Scheinkman afirmou que "as agências de rating erram muito" e "tendem a ser muito conservadoras em certas coisas, e menos em outras". Ele diz que as classificações atribuídas pelas agências de ?rating? ao Brasil não preocupam tanto, mas o financiamento do Brasil e os preços pedidos pelo mercado, sim. "Preocupa quando as pessoas estão pedindo 20% ao ano para comprar um C-Bond", diz. Crise internacional Para José Alexandre Scheinkman, os problemas atuais nas bolsas americanas não se comparam à crise de 1929. "A recessão da crise de 1929 não foi causada pela bolsa, mas porque o sistema bancário foi destruído nessa época. Mas agora, pelo menos até agora, o sistema financeiro não foi afetado e o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) está fazendo exatamente o que tem que fazer: baixar juros e dar liquidez ao sistema financeiro", disse Scheinkman, que elogiou o Proer, por ter evitado uma crise bancária no Brasil. Ele afirmou também que houve no Brasil uma ação do governo para melhorar a fiscalização, reforçar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e também um movimento da Bolsa de Valores de São Paulo para melhorar a qualidade de informações e tratamento dos minoritários com o Novo Mercado, que deixam o Brasil menos vulnerável a problemas de fraudes contábeis por empresas brasileiras. Comentou ainda que, no Brasil, a bolsa de valores é muito pequena para produzir grandes efeitos na economia. Balanços O economista disse que só se saberá em meados de agosto a extensão dos problemas de contabilidade nas grandes empresas americanas, que provocou escândalos como os da Enron e da WorldCom. De acordo com ele, o órgão regulador das bolsas de valores americanas pediu para as 500 maiores empresas refazerem suas contas, e os novos balanços devem ser apresentados com assinatura do presidente da empresa. "O prazo para isso, se não me engano, vai até 15 de agosto, e aí vamos ver o que vai se revelar. Dependendo disso, as pessoas ficarão mais ou menos nervosas", disse ele, que fez palestra hoje no II Encontro Brasileiro de Finanças, promovido pelo Ibmec, no Rio. De acordo com ele, que está passando um ano em Paris, "na Europa, há o medo de que essas coisas estejam acontecendo lá também, mas ainda não foram achadas. Até agora só descobriram problemas na Vivendi, mas não foi um escândalo comparável aos da Enron e da WorldCom."

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