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Para economistas, balança comercial deve voltar ao azul este ano

Melhora do resultado deve ser sustentada pela queda nas importações, por causa do dólar forte e do consumo interno fraco

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Por Márcia De Chiara
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Depois de a balança comercial registrar em 2014 o primeiro déficit em 14 anos, a expectativa dos economistas é que o saldo volte para o azul neste ano, mas com resultados bem modestos. As projeções de superávit das consultorias econômicas ouvidas pelo Estado oscilam entre US$ 1,5 bilhão e US$ 5 bilhões. Apesar de as projeções serem muito variadas, os economistas concordam num ponto: o superávit deve ser sustentado pela queda na importações. “Em 2015, vamos ter novas baixas nas importações e nas exportações”, prevê Bruno Lavieri, economista da Tendências Consultoria Integrada. A consultoria projeta superávit comercial de US$ 1,5 bilhão, com exportações de US$ 223,5 bilhões e importações de US$ 222 bilhões. Nas contas do economista, as importações devem recuar 3% por causa da desvalorização do real em relação ao dólar e do consumo interno fraco. As exportação também vão recuar, mas a retração terá menor intensidade, menos de 1%. É que a queda dos preços em dólar das commodities no mercado externo deve, segundo Lavieri, prevalecer sobre a desvalorização do câmbio, que poderia ajudar as exportações. “A desvalorização do real pode ser que ajude um pouco, mas não será suficiente para mais que compensar a queda de preços das exportações”, afirma Lia Valls, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia. “Em 2015, teremos um saldo levemente positivo de US$ 2 bilhões”, prevê o diretor de pesquisa da GO Associados, Fabio Silveira. Ele atribui parte desse desempenho ao câmbio, que deve conter as importações, e ao avanço das exportações de petróleo. Segundo ele, a perspectiva para o resultado da balança comercial deste ano poderia ser muito pior se a economia americana não estivesse em recuperação, o que, na sua avaliação, amplia as exportações brasileiras para os EUA. Já Francisco Pessoa Faria, economista da LCA Consultores, acredita que a recuperação da economia americana ajuda pouco o resultado comercial do País. “O crescimento dos EUA tem mais a ver com a oferta e redução de custos, especialmente da energia, e tem impacto limitado. Além disso, a América Latina, que importa produtos do Brasil, está ruim.” Faria espera um superávit entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões para este ano, baseado na queda das importações. Ele ressalta que a queda na importação do diesel, em razão da produção da Refinaria Abreu e Lima, deve ajudar a reduzir as compras externas. 

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