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Para economistas da Nabe, recessão é o maior risco

Para eles, é quase certo que o banco central norte-americano reduza juro para lidar com essa situação

Por Renato Martins
Atualização:

Pesquisa feita pela National Association for Business Economics (Nabe), dos EUA, entre seus associados, mostra o sentimento de que as perspectivas de crescimento da economia norte-americana neste ano e no próximo estão diminuindo, enquanto os riscos de recessão estão crescendo. Para os economistas consultados, é quase certo que o banco central norte-americano (Federal Reserve) terá que recorrer a reduções das taxas de juro para lidar com essa situação.   Veja também: Os efeitos da crise do setor imobiliário dos EUA  Como enfrentar os riscos e prejuízos da crise    "Os painelistas da Nabe prevêem reduções no crescimento econômico em todas as principais categorias de gastos, disse a economista da Ford Motor Company, Ellen Hughes-Cromwick, recém-eleita presidente da associação, durante a conferência de outono da Nabe, em San Francisco (Califórnia).   De acordo com a pesquisa, 60% dos economistas entrevistados qualificaram a recessão como o "risco principal" para a economia dos EUA no próximo ano. Esses temores têm raízes na crise do setor de hipotecas subprime (alto risco de calote) e em suas implicações mais amplas para o setor de habitação e para a economia.   A pesquisa também constatou que as preocupações com a inflação, que há bastante tempo e até recentemente vinham sendo a principal o maior temor dos formuladores da política monetária, já não têm a importância que tinham. O relatório diz que apenas um terço dos economistas consultados qualificou a inflação como o principal problema que a economia deverá enfrentar.   Expectativa de queda dos juros   A preocupação maior com a perspectiva do crescimento e a redução no temor de inflação provavelmente implica afrouxamentos na política monetária. A pesquisa da Nabe constatou que os economistas consultados esperam que o Fed reduza a taxa básica de juros norte-americana (Fed Funds) dos atuais 5,25% para 4,75% até o fim do ano, para então mantê-la naquele nível ao longo de 2008. A expectativa atual quanto à política monetária difere da pesquisa anterior, feita em maio, que projetava uma redução de apenas 25 pontos-base na taxa dos Fed Funds.   Segundo a pesquisa, os economistas da Nabe fizeram poucos ajustes em suas previsões quanto ao crescimento do PIB em 2007; a expectativa de crescimento do PIB para o quarto trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2006, é de 2,2%, de 2,3% na pesquisa de maio. A previsão de crescimento para 2008, porém, foi rebaixada para 2,8%, de 3,1% na pesquisa de maio.   Quanto à inflação, os economistas da Nabe prevêem que o núcleo do índice de preços dos gastos com consumo, indicador preferido pelo Fed, deverá subir 2,0% neste ano, mesmo nível da previsão feita em maio. Quanto à taxa de desemprego, os economistas prevêem que ela deverá subir dos atuais 4,6% para 4,8% no fim de 2008 (mesma previsão feita em maio).   A pesquisa foi feita entre os dias 2 e 23 de agosto, entre 46 economistas.

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