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Para empresários, decisão do BC é razoável, mas insuficiente

Avaliação é que manutenção da Selic não consegue conter desaceleração do crescimento

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Por Redação
Atualização:

A decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano foi considerada sensata para alguns empresários e conservadora para outros. Porém, eles concordam em um ponto: ela ainda é insuficiente para conter a desaceleração do crescimento econômico no País. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a "manutenção da Selic deve ser bem recebida pela sociedade brasileira, desde que seja vista como o início de um processo de queda continuada dos juros, fator essencial à retomada de crédito, evitando assim uma maior freada da atividade econômica no Brasil". A opinião é compartilhada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Para os cariocas, o "Brasil deve retomar o caminho das reformas estruturais, em especial a reforma tributária, de modo a dar maior sustentabilidade ao atual desenvolvimento nacional. Somente através da efetiva melhora do ambiente de negócios, via investimentos em infra-estrutura e aperfeiçoamento de marcos regulatórios, é que se promoverá o crescimento econômico e social brasileiro", informou em nota a Firjan. Na opinião de Alfried Plöger, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) e vice-presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), o governo deveria ter sido mais ousado. "É hora de demonstrar segurança e confiança nos fundamentos que ele próprio plantou, como a inédita reserva cambial superior a US$ 200 bilhões. Entretanto, a manutenção da Selic pode ser entendida por muitos como um eufemismo ante a gravidade da crise. Teria sido um ato falho do Copom?", questiona. Embora satisfeitos, executivos de grandes empresas de bens de consumo esperam mais. Para o vice-presidente da Pepsi Brasil, José Talarico, "trata-se de um de um indicativo positivo para a indústria. Mas, apesar de boa, acho que é cedo para apostar que a medida vá se refletir no mercado. Outras iniciativas são necessárias. Vamos aguardar''. O vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto, mostrou-se mais confiante. "Essa atitude demonstra a serenidade com que o BC vem tratando a situação do mercado. Foi uma decisão sensata", afirmou Pinheiro Neto. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, também classificou a decisão como "uma atitude sensata". Para ele, o cenário mudou desde a última reunião. "A contração de empréstimos se agravou nas últimas semanas, com elevação do custo do crédito e redução dos prazos de financiamentos, o que está comprometendo seriamente as operações das empresas do setor produtivo", afirmou. COMÉRCIO No comércio, a reação foi negativa. O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, disse estar decepcionado com a decisão do Copom. "Os empresários esperavam a redução da taxa, tendo em vista a forte retração do crédito, aumento dos juros e redução dos prazos de financiamento, que vêm afetando as vendas do varejo, provocando redução da produção e das horas trabalhadas em muitos segmentos, com riscos de levar à demissão de trabalhadores." Burti espera que essa decisão seja apenas o primeiro passo para um movimento de queda da Selic.

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