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Para europeus, inflação é o maior desafio da AL

Por Daniela Milanese
Atualização:

A inflação é o principal desafio para os países da América Latina atualmente, e não a desaceleração do crescimento global a partir da crise nos Estados Unidos, avaliaram hoje especialistas que se reuniram no Latin America Business Forum 2008, promovido pela London Business School. Para eles, a região está relativamente protegida dos efeitos da retração da atividade mundo afora, mas exposta à questão do aumento dos preços. "Os mercados emergentes, incluindo a América Latina, já se descolaram dos EUA e o risco agora é a inflação", afirmou o chefe de mercados emergentes do Barclays Capital, Piero Ghezzi. Ele lembrou que a participação dos EUA no crescimento do PIB mundial está caindo e que a China passou a ser muito mais importante para a América Latina, excluindo o México. Já a alta dos preços, avalia, não está relacionada somente com o boom das commodities, mas também com o crescimento da demanda doméstica. Para Ghezzi, os bancos centrais terão de ser conservadores, linha já seguida pela autoridade monetária brasileira, citou. "É a única região do mundo onde os juros estão subindo." O vice-presidente sênior e diretor de Estratégia e Análise da divisão latino-americana do Grupo Santander, José Juan Ruiz Gómez, disse que "é pior ter a inflação de volta do que ver o crescimento econômico da região cair para 2% ou 3%". Para os especialistas, os países da América Latina agora precisam avançar com reformas fiscais. O chefe do Lehman Brothers Investment Banking no Brasil, Winston Fritsch, acredita que, quando a situação é favorável, acaba ocorrendo uma acomodação e os pontos mais delicados ficam de lado. "Hoje nós estamos bem, mais ainda há muito a ser feito", disse o executivo, ex-secretário de política econômica durante a implantação do Plano Real, entre 1993 e 1994.

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