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Para ex-diretor, ação da NSA exige resposta diplomática

Por SABRINA VALLE
Atualização:

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse nesta segunda-feira, 9, que a denúncia de uso de técnicas de espionagem pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) sobre a petroleira é um caso de soberania nacional e precisa ser respondido pelo governo, pela via diplomática. "Essa questão transcende a Petrobras. Se for confirmada, é um assunto de País. Compete ao governo tomar as medidas", disse.O executivo, hoje à frente da Costa Global Consultoria, diz que a Petrobras já se utiliza de todas as tecnologias de segurança que estão ao seu alcance, assim como outras petroleiras. Ele diz que não houve descuido da companhia e diz não ser evidente formas pelas quais a empresa poderia reforçar a defesa."Mesmo tomando todas as precauções possíveis, há indícios de que é possível transpor a segurança. Há informações na imprensa de que até dados criptografados são acessados. E aí, como fica? É complicado", disse. Costa disse que as informações mais sensíveis a espionagem são quanto ao volume de reservas do pré-sal e às tecnologias de águas profundas desenvolvidas e utilizadas pela Petrobras, que poderiam ser replicadas por outras empresas.O dimensionamento da reserva, diz, desperta interesse por ter potencial para "alterar toda a geopolítica internacional". O executivo lembra que, apesar dos protestos de rua dos últimos meses, o Brasil "é um País muito tranquilo" e estável, especialmente em comparação com grandes produtores de petróleo no mundo, a exemplo de países de Oriente Médio e África.As informações poderiam, também, ser usadas no primeiro leilão do pré-sal, no mês que vem, dando vantagem a um possível candidato e aumentando chances de vitória com melhor relação de custo e benefício. "Com certeza, quem tem informações mais detalhadas pode fazer uma oferta mais competitiva", disse o executivo, que deixou a empresa há pouco mais de 1 ano.

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