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Para FecomErcioSP, decisão do BC sobre Selic é acertada

Por AE
Atualização:

O Banco Central (BC) acertou duplamente ao elevar a Selic em 0,5 ponto porcentual: indicou atenção ao patamar atual e à trajetória da inflação e cautela em promover um ajuste gradual da taxa. Esta é a opinião da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que considera que a aceleração do ritmo de alta - na reunião anterior o aumento da Selic foi de 0,25 ponto porcentual - é positiva porque sinaliza real preocupação com o aumento de preços. "O ajuste da Selic é a única alternativa ao banco diante da falta de austeridade na política fiscal", afirmou a FecomercioSP em nota."As medidas recentes de desoneração para alguns setores intensificaram o desequilíbrio das contas públicas e não representaram aumento do investimento e do crescimento na economia", disse a nota. A expectativa da entidade é que, mantido o cenário atual, ocorra mais duas altas da taxa Selic até o fim do ano, para o patamar de 8,5%, diante uma inflação estimada para este ano entre 5,5% e 6%.Redução de gastosPor seu lado, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) criticaram a decisão do Banco Central. Em nota, as entidades defendem que o combate à inflação deveria primeiro ser feito por redução de gastos do governo e só depois pelo aumento de juros.Segundo as entidades, a política de gastos governamentais com juro mais alto só piora as condições de crescimento do PIB. "Neste momento o governo brasileiro deveria fazer um sacrifício político e enxugar as despesas públicas para controlar a inflação. Aumentar os juros é um remédio que deve ser usado somente em último caso porque reduz o consumo, diminui os investimentos e piora a situação das famílias endividadas", disse o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior em nota. Da mesma maneira a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad) diz esperar que a nova alta da Selic "não venha a retrair ainda mais a economia, hoje movida pelo consumo interno". "Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE trouxeram a boa notícia da expansão do investimento, que cresceu 4,6% no trimestre, e é preciso que esse ânimo de investir não se perca, sob o risco de estagnar o País", afirmou a Abad em nota à imprensa.

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