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Para FGV, inflação dos alimentos deve desacelerar mais até o fim do mês

O item alimentação está perdendo fôlego dentro do IPC-S e deve fechar abril em 0,5%, segundo o coordenador do índice

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Por Beatriz Bulla e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - A desaceleração da inflação de alimentos da primeira para a segunda semana de abril deve continuar até o fim do mês, puxando um recuo no Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), avalia o coordenador do indicador e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. "O destaque é o grupo Alimentação, que está dando uma desacelerada e, na minha leitura, dá continuidade a essa trajetória para fechar o mês com o indicador perto de 0,50%".

Na segunda prévia do mês, divulgada nesta terça-feira, 16, o IPC-S teve alta de 0,65% ante 0,71% na medição anterior. O grupo Alimentação, no mesmo período, passou de 1,49% para 1,37%.O tomate teve alta de 15,09% no resultado mais recente, ante 15,90% na primeira prévia de abril, e continua como o item que exerce maior pressão de alta. "Ele está num patamar alto e, mesmo que zere em termos de inflação, tem um acumulado muito grande nos últimos meses. Não dá para dizer que os preços vão cair significativamente", comentou Picchetti. Mesmo com a desaceleração dos preços, ele explica, itens in natura seguirem como influência positiva no índice. O tomate encabeçou o ranking das maiores pressões, seguido de três itens relacionados com alimentação: batata-inglesa (de 12,54% para 17,65%), refeições em bares e restaurantes (de 0,72% para 0,65%) e cebola (de 23,99% para 16,92%)."Há uma expectativa de desaceleração gradual principalmente em Alimentação", comentou. Além disso, outro movimento que deve ser observado até o fim do mês é o aumento do preço dos medicamentos, que foi autorizado, e deve entrar aos poucos no índice. "Não imagino grandes surpresas até o final de abril", disse o economista.O efeito da desoneração da cesta básica para os preços ao consumidor, cinco semanas após o seu anúncio, é "bem inferior" ao desejado e ao que representaria um repasse integral, avaliou Picchetti. Ele exemplifica com o caso das carnes bovinas, por exemplo, que já vinham em queda antes do anúncio da desoneração. "O item que mais caiu, da primeira quadrissemana para a segunda, foi óleo de soja (de -3,68% para -5,21%) e é difícil separar essa queda do próprio fundamento do mercado, pois soja é uma commodity que está em queda", disse.

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