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Para Fiesp, governo usa meios que tem para acalmar mercado

Por Agencia Estado
Atualização:

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) acredita que as medidas anunciadas hoje pela equipe econômica é a maneira do governo mostrar que usará os mecanismos necessários para acalmar o mercado, afirmou a diretora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da entidade, Clarice Messer. "Não é o fato de anunciar medidas que num dia que interrompe o processo de turbulência do mercado, porque a volatilidade não ocorre de uma vez só. Mas o governo está usando os mecanismos de que dispõe para acalmar o mercado", avaliou. Segundo ela, nos últimos 10 dias tem havido volatilidade porque o País vive um período eleitoral e porque o governo decidiu fazer a chamada "marcação a mercado" dos fundos de investimento, o que provocou uma aversão maior do poupador ao risco. Segundo ela, não há, no entanto, motivos reais para a instabilidade. "O que mudou nos últimos dias foi a confiança, porque os fundamentos são os mesmos, não há nenhuma mudança que justifique a volatilidade", afirmou. No início da tarde, a equipe econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, informou que a meta de superávit primário para as contas do setor público neste ano subiu de 3,5% do PIB para 3,75% e que o governo exercerá os dois direitos de saques especiais junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que somam US$ 10 bilhões, entre outras medidas. Atividade Clarice disse que o baixo nível da atividade econômica atual permite ao Banco Central (BC) reduzir os juros básicos da economia, hoje em 18,5% ao ano, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom.)"Pelo lado da atividade econômica, naturalmente há espaço para queda", afirmou. A reunião do Copom será realizada na terça e quarta-feira da próxima semana. Ela defendeu o corte da taxa como forma de incentivar o consumo e a atividade econômica, fatores que refletem no índice de emprego. "Os alimentos da atividade são juros baixos e crédito", explicou. Contudo, Clarice acredita que o Copom poderá dar mais peso à volatilidade do mercado e à perda de confiança dos investidores dos últimos dias. "Nesse caso, haverá manutenção", disse. Ela descartou veementemente qualquer alta na taxa. "Aumento dos juros está completamente fora de questão", destacou. Clarice acredita que a volatilidade do mercado, com câmbio instável, durará pelo menos mais um mês e meio. "As medidas anunciadas hoje pelo governo foram para acalmar o mercado, mas esse é um processo contínuo, que não ocorre num dia só. Há a questão de confiança em relação ao quadro eleitoral, em relação ao novo governo. E toda potencial mudança representa risco", explicou. Como os fundamentos da economia não mudaram, disse Clarice, com o tempo o mercado se acalmará e a instabilidade desaparecerá.

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