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Para Fiesp, indústria paulista cairá no mínimo 5% em 2009

Índice de produção medido pela Fiesp terá o pior resultado desde o início da série, em 2000

Por Anne Warth
Atualização:

A atividade da indústria paulista registrou queda de 14,6% nos quatro primeiros meses do ano, o pior resultado para o período desde 2003, segundo dados divulgados ontem, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No mês de abril, o Indicador de Nível de Atividade (INA), mostrou estabilidade na comparação com março, com alta de 0,1%, levando-se em conta o ajuste sazonal. Sem ajuste, o INA caiu 1,6% em relação a março e 14,4% na comparação com abril de 2008. Em 12 meses, o indicador caiu 3,6%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria paulista subiu em abril no cálculo sem ajuste, para 78,4% ante 77,1% registrados em março. No resultado com ajuste sazonal, o Nuci também avançou, de 76,9% em março para 78,9% em abril. CENÁRIO A Fiesp prevê que o nível de atividade encerre o ano de 2009, na melhor das hipóteses, com queda de 5% na comparação com 2008. Esse cenário considera um crescimento de 2,4% ao mês de maio a dezembro, algo que nunca ocorreu na história da indústria de São Paulo. "Nada é impossível, mas nunca na história da indústria conseguimos obter um crescimento desse nível por oito meses seguidos. Nem mesmo nos melhores períodos de crescimento", disse o diretor-adjunto do departamento de economia da Fiesp, Walter Sacca. Se esse cenário se confirmar, a queda de 5% terá sido o pior resultado da indústria paulista desde o início da série, iniciada em 2000. Para se ter uma ideia, no ano de 2003, o INA fechou o ano com queda de 3,8% na comparação com 2002. Caso continue em um ritmo praticamente estável nos próximos oito meses, a exemplo do que ocorreu com o INA no mês de abril, a indústria paulista encerraria o ano com queda de 11,8% em seu nível de atividade. A Fiesp não divulgou qual seria o pior cenário para a atividade neste ano. CONFIANÇA A confiança dos empresários paulistas ficou praticamente estável na segunda quinzena de maio. A pesquisa Sensor, realizada pela Fiesp, registrou 51,8 pontos no período contra 53,2 pontos na primeira quinzena do mês. Na pesquisa, resultados em torno de 50 pontos indicam estabilidade, abaixo revelam pessimismo e acima mostram otimismo. Dos itens que compõem a pesquisa, somente o mercado teve crescimento significativo, de 58,4 pontos na primeira quinzena para 61,3 pontos na atual. Emprego ficou praticamente estável na comparação entre as duas quinzenas de maio. Ficou com 51,5 pontos na segunda e com 52,3 pontos na primeira. A perspectiva para o investimento também não registrou grande variação: 51,9 pontos na segunda quinzena ante 50,9 na primeira. Já os itens vendas e estoque pioraram. O item vendas ficou com 56,6 pontos na segunda quinzena, abaixo dos 60,4 pontos registrados na primeira quinzena. Já o estoque voltou a patamares preocupantes. O item estava com 44 pontos na primeira quinzena e agora está com 37,5. NÚMEROS 14,6% foi quanto a atividade da indústria paulista caiu no primeiro quadrimestre, pior resultado desde 2003 78,4% foi o nível de utilização da capacidade instalada da indústria paulista apurado em abril

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