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Para Furlan, não há solução rápida para dívidas da Eletropaulo

Por Agencia Estado
Atualização:

Não há solução de "curtíssimo prazo" para o problema das dívidas da Eletropaulo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), porque nem a União nem a população podem arcar com prejuízos ou pagar uma "conta indevida". A análise foi feita hoje pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. O problema veio à tona no mês passado, quando a AES, que controla a distribuidora paulista de energia, deixou de pagar uma parcela de US$ 85 milhões ao banco de fomento. O endividamento total do grupo controlador, de origem americana, é de US$ 1,2 bilhão, contraído no período da privatização da Eletropaulo, em abril 1998. O ministro informou que o assunto vem sendo tratado pelo governo e que "algum caminho" será encontrado. Mas frisou que a solução não poderá prejudicar o BNDES nem a União. "Não podemos admitir, a priori, que o cidadão venha a pagar uma conta indevida", disse Furlan, ao explicar o motivo pelo qual não acredita numa solução rápida para o caso. O BNDES, porém, pode ter dificuldades para executar a matriz da AES nos Estados Unidos, devido ao emaranhado de empresas localizadas em paraísos fiscais que existe entre as controladoras da Eletropaulo, AES Transgás e AES Elpa, e a multinacional. O organograma que liga a distribuidora paulista à empresa americana é formado por diversas de empresas de papel, ou "cascas", como também são conhecidas, que começa com a AES Int Holdings Ltd, com sede no paraíso fiscal das Ilhas Virgens, passa pela AES S.A. Holdings Ltd nas Ilhas Cayman, outro paraíso fiscal, AES Transgas I Ltd. e AES Cemig Empreendimentos II, também em Cayman, até chegar à AES Elpa, no Brasil. Assim também ocorre com outras controladas brasileiras da matriz norte-americana, como a AES Sul, AES Uruguaiana, AES Bandeirante e AES Guaíba. Como garantia ao financiamento obtido para a compra da Eletropaulo, a AES deu ações da própria distribuidora. Ou seja, se quiser executar a dívida, o banco ficará com a empresa endividada em suas mãos.

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