Publicidade

Para Gianetti, Brasil deve ir contra os EUA na OMC

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Roberto Gianetti da Fonseca, disse nesta quarta-feira que o Brasil deve insistir em protestar na Organização Mundial de Comércio contra a Farm Bill, recém aprovada pelo governo norte-american, mesmo que este processo dure dois ou três anos. Segundo ele, que participou do 1º Congresso Brasileiro de Agribusiness, "a legislação norte-americana é ilegítima, pois fere a Cláusula da Paz, acordada na criação da OMC". O ex-secretário prevê que este ano será menos positivo para as exportações brasileiras. De acordo com ele, o quadro de recessão mundial e o crescente protecionismo devem fazer com que o preço médio das exportações dos produtos brasileiros recue 9,4% neste ano. O preço médio estará atingindo o valor mais baixo deste 1977, disse. "Felizmente, o volume exportado não recuou". Na opinião de Gianetti da Fonseca, o cenário argentino tem grande impacto na queda das exportações brasileiras. As importações argentinas de produtos brasileiros devem cair 70% neste ano, o que representa uma perda de US$ 300 milhões por mês em receita cambial. Para Gianetti, sem a crise argentina as exportações brasileiras poderiam crescer 6,7% neste ano. O ex-secretário da Camex disse que este é um mercado que não deve se recuperar no curto prazo, por causa da queda do poder aquisitivo da população argentina. "A renda per capita anual na Argentina, que era de US$ 7 mil caiu para US$ 2 mil", disse. Na opinião dele, a melhor estratégia para aumentar o valor das exportações brasileiras é diversificar mercados. "Com o protecionismo dos países ricos e a crise argentina, já estamos buscando novos mercados, como China, Índia, Oriente Médio e Leste Europeu. No ano passado, a China importou US$ 6 bilhões e a Rússia US$ 1 bilhão", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.