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Para Mantega, Brasil é atrativo mesmo com taxação d investidor

Por ISABEL VERSIANI
Atualização:

A volta da taxação dos investimentos estrangeiros em renda fixa, anunciada pelo governo na quarta-feira, não afetará a estratégia do Tesouro Nacional de melhorar o perfil da dívida interna, avaliou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Nossas condições estão sólidas e o Brasil continua sendo um destino interessante para investidores", afirmou Mantega à Reuters nesta quinta-feira. Os investidores não-residentes no Brasil terão de pagar Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre suas aplicações em títulos de renda fixa --tradicionalmente concentradas em títulos públicos-- a partir de segunda-feira. A alíquota, de 1,5 por cento, será cobrada no fechamento do contrato de câmbio. A medida foi adotada dois anos depois de o governo ter isentado os investidores externos do pagamento de Imposto de Renda sobre os rendimentos de suas aplicações em títulos públicos. À ocasião, o Tesouro anunciou que a iniciativa seria crucial para atrair investidores mais propensos a aplicar em papéis de longo prazo e prefixados --considerados melhores para o gerenciamento da dívida pública. Mantega acrescentou que, ainda que as medidas possam ter algum impacto sobre a curva de juros num primeiro momento, a tendência é de que a demanda pelos papéis brasileiros se normalize. Ele argumentou que os investidores têm hoje poucas alternativas de investimento rentável no mundo, em meio a um cenário econômico turbulento, e por isso não teriam porque abandonar o Brasil, onde as taxas de juros ainda são atrativas. "Vai investir em quê, em dólar?", questionou o ministro. No ano passado, os investimentos estrangeiros em títulos públicos no Brasil alcançaram 20,5 bilhões de dólares, sendo 13,5 bilhões de dólares em papéis de médio e longo prazos, de acordo com dados do Banco Central.

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