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Para Meirelles, ''''ninguém é imune à turbulência''''

Brasil está melhor porque depende menos do exterior

Por Alberto Komatsu
Atualização:

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou ontem, no Rio, que o Brasil entrou definitivamente na rota do crescimento sustentável, por causa da previsibilidade da economia e do crescimento ancorado no consumo, no emprego e na renda. Segundo ele, tal ambiente vai impulsionar ainda mais o investimento estrangeiro e nacional no País. Meirelles, no entanto, reconhece que ninguém está imune a uma crise nos Estados Unidos. "A turbulência não é boa para ninguém. E ninguém é imune à turbulência. O que estamos dizendo é que o Brasil está muito melhor preparado para isso", disse, após participar da 4ª Conferência Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdência Privada, Saúde Suplementar e Capitalização. Para ele, o Brasil tem hoje uma economia impulsionada pela demanda doméstica, menos dependente do mercado internacional. "Agora, é evidente que todos temos de olhar com atenção, porque crise numa economia grande como a americana não é bom para ninguém", afirmou Meirelles. O presidente do BC evitou comentar a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que, na quinta-feira, mostrou preocupação com a inflação por causa do aquecimento da demanda interna. Para analistas, embora o Copom tenha reduzido a taxa de juros básica (Selic) em 0,25 ponto porcentual na semana passada, foi dado um sinal de que a trajetória de queda da taxa pode ser interrompida. "A ata é auto-explicativa, bastante cuidadosa, despendemos bastante tempo na ata, tomando cuidado para que ela expressasse tudo que tínhamos a dizer. Portanto, não há nada mais a acrescentar", afirmou o presidente do BC. O crescimento da demanda doméstica está sendo possível por causa do aumento do emprego e da renda, avaliou. Meirelles destacou que em julho deste ano em relação a julho de 2006 a massa salarial teve crescimento real de 5,4%. Já o consumo das famílias, lembrou, avançou 6% no primeiro trimestre deste ano em relação aos três primeiros meses de 2006. Meirelles lembrou que o País viveu um quadro de vulnerabilidade externa porque a economia dependia da liquidez do mercado internacional, por causa do déficit em conta corrente. "Evidentemente que esse assunto foi deletado. O Brasil fez uma profunda transformação competitiva na sua economia e hoje nós temos um saldo comercial gerado por exportações fortes, vigorosas e competitivas, o que leva o Brasil a ter saldo em conta corrente", afirmou. No passado, considerou o presidente do BC, a economia brasileira estava sujeita "a arrancadas e freadas", o que resultou numa taxa média de crescimento do PIB de 1,9% de 1999 a 2003. De acordo com ele, o crescimento médio de 2004 a 2007 é de 4,2%, reafirmando a estimativa de 4,7% para este ano.

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