06 de fevereiro de 2015 | 11h36
A informação de que o presidente do Banco do Brasil, AldemirBendine, substituirá Graça Foster na presidência da Petrobras foi mal recebidapelo mercado nesta manhã e fez as ações da estatal aprofundarem as perdas maiscedo, levando o Ibovespa às mínimas. A estatal, cujo conselho da está reunidohoje em São Paulo, ainda não confirmou oficialmente a indicação."A reação do mercado após essa informação já diz tudo. A DilmaRousseff escolheu um executivo que já é envolvido em problemas de gestão paracontrolar uma empresa cheia de escândalos originados de problema de gestão. Essadecisão é vista pelo mercado como a continuidade da interferência do governo naPetrobrás", resumiu um operador de renda variável. Conheça as polêmicas nas quais o executivo já se envolveu.
Para ele, a decisão detirar Bendine, que é funcionário de carreira do Banco do Brasil, da presidênciada instituição financeira para colocá-lo na Petrobrás pode mostrar que nenhumdos outros profissionais cotados para o comando da estatal aceitaram o difícildesafio de reconstruir a companhia.
Para outro profissional, o trabalhofeito por Bendine à frente do Banco do Brasil foi bom "mesmo com toda ainterferência do governo", mas ele destaca alguns episódios que o desgastaram eque até hoje não foram esclarecidos. Ele lembra do depoimento do ex-motorista doexecutivo, que afirmou ao Ministério Público Federal em agosto do ano passadoque fez diversos pagamentos em dinheiro vivo a mando do então presidente doBanco do Brasil. O motorista afirmou que viu o próprio Bendine carregandosacolas de dinheiro para encontro com empresários. Na época, o MPF chegou ainstaurar um procedimento investigatório.
Outro episódio lembrado poroperadores foi quando Bendine foi alvo de denúncias após conceder umfinanciamento em condições favorecidas à socialite Val Marchiori, em novembro doano passado. Com o desgaste, a saída de Bendine do Banco do Brasil chegou a sercogitada na época.
Antes de Bendine, os nomes cotados para a vaga deGraça Foster até esta manhã incluíram o atual presidente do BNDES, LucianoCoutinho, o presidentes da resseguradora IRB Brasil Re, Leonardo Paixão; e o dopresidente da Vale, Murilo Ferreira. Outros nomes já citados são o doex-presidente da Ford Antonio Maciel Neto, o ex-presidente da BR DistribuidoraRodolfo Landim e do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.
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