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Para novo investidor, um teste de conhecimentos do mercado

Recém-chegados à Bovespa não se assustaram com turbulências

Por Marianna Aragão
Atualização:

Em vez de assustar, a turbulência das últimas semanas serviu para os investidores recém-chegados à Bolsa de Valores colocarem em prática seus conhecimentos do mercado financeiro. O universitário Rafael Barbolo, de 20 anos, por exemplo, deslocou os investimentos das ações conhecidas como "micos" (de empresas menores e pouco procuradas, mas que podem valorizar-se rapidamente), que até então tinham lhe garantido bons dividendos, para os papéis de primeira linha. A explicação vem na ponta da língua. "São ações que trazem bons dividendos, mesmo a médio prazo, e que não sofrem especulação." Um dos investidores da nova geração da Bolsa, Barbolo entrou no mercado de ações há oito meses, depois de um ano e meio estudando esse tipo de aplicação. "Me atraiu a rentabilidade do investimento, frente aos fundos de renda fixa ou o CDI", conta ele, que aplicou em ações o dinheiro aplicado por 20 anos na poupança que recebeu de presente da mãe quando nasceu. "Sabendo se defender, a turbulência pode até ser positiva para o investidor." Hoje, o universitário aplica toda sua renda líquida na Bolsa. Ele admite, porém, que a continuidade do cenário de baixa pode fazê-lo mudar de estratégia. "Caso a Bovespa baixe para menos de 47 mil pontos, vou tirar um pouco do dinheiro aplicado." Nas últimas duas semanas, Barbolo estima ter perdido cerca de R$ 1.500,00. Outro jovem investidor, o procurador municipal Makarius Sepetauskas, de 26 anos, também prevê prejuízo com as oscilações. Adepto das ações negociadas a termo, ele conta que tem dois contratos de compra (que apostam na alta do papel) com vencimento nos próximos dias. A possibilidade de prejuízo, no entanto, não o faz pensar em desistir da aplicação. "Depois, faço outro contrato e recupero." Segundo Sepetauskas, o fato de investir em outros tipos de aplicações também o tranqüiliza. "A Bolsa tem riscos. Por isso, é preciso se cercar de outras formas de investimento." O bancário Carlos Tolino, de 24 anos, se considera um calouro na Bolsa - começou a investir em ações em março deste ano. Cinco meses depois, viu as ações que tinha em carteira despencarem. A queda, de cerca de 11%, porém, foi equilibrada pelos ganhos do começo do ano. "Nos três primeiros meses, consegui um rendimento que não teria em quatro anos de poupança." Por isso, ele conta que não se sente arrependido de ter entrado na Bolsa. "Acredito que entrei no momento certo. Estou preparado tanto para ganhar quanto perder."

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