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Para o Kid Investor, Bolsa não é brincadeira

Felipe Molero, 12 anos, diz que motivação para canal veio do ‘desejo de ganhar dinheiro’

Foto do author Fernando Scheller
Por Fernando Scheller
Atualização:

O tom empostado da voz e a certeza com que fala sobre o mercado financeiro pode fazer muita gente duvidar, mas Felipe Molero, o Kid Investor, mal completou 12 anos. Com 73 mil seguidores entre YouTube e Instagram, ele não faz rodeios sobre o que motivou sua aventura pelo mundo da Bolsa de Valores: “Veio simplesmente do desejo de ganhar dinheiro. Observando as pessoas muito ricas, pensei: como é que elas fizeram para chegar lá?”

Felipe Molero, de 12 anos, tem um canal no YouTube chamado 'Kid Investor' Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

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E descobriu que os muito ricos corriam o risco de investir em ações. Assim, após algumas tentativas frustradas de se tornar youtuber – aos 6 anos, criou um canal sobre o jogo Minecraft; aos 9, falava sobre política para pouquíssimos seguidores –, Felipe viu sua sorte mudar ao adotar a “persona” Kid Investor. Em seis meses, tornou-se o símbolo do fenômeno dos “investidores mirins” no País.

À medida que o Kid Investor ganha seguidores, os pais de Felipe – o médico Roberto e a advogada Silmara – acompanham a carreira do filho, que já monetiza vídeos em redes sociais. Para Roberto, uma dificuldade é lidar com os comentários negativos sobre os vídeos. “Ele diz para eu não ligar para crítica, mas eu que tenho de falar isso para ele. Uma vez que ele ficou um pouco exaltado, quando eu não liguei muito”, conta Felipe.

O pulo do gato do Kid Investor foi virar meme. Uma página com 3 milhões de seguidores usou um dos vídeos – que unia duas paixões de Felipe, Bolsa e Minecraft – para criar imagens engraçadinhas. “Eles estavam me zoando, mas acabou me ajudando muito”, lembra o youtuber. E, como ele mesmo diz, no mundo dos negócios “é muito importante conhecer pessoas e fazer networking”.

Mas Felipe sabe que é um investidor em situação privilegiada e pode se dar ao luxo de colocar todo o dinheiro na Bolsa. “Meu pai não pode correr tanto riscos, ele tem de pagar as contas. Já eu não tenho gastos fixos e tenho muito tempo pela frente”, compara. Mesmo com essa vantagem, Felipe sabe que, para atingir seu objetivo – ficar rico –, será necessário empreender.

E já começou a dar os primeiros passos nessa direção. Comprou um lote de fones de ouvido na China e revendeu com um bom lucro. E também já canibalizou o negócio dos outros. “Na escola, sabia que o preço de algumas coisas na cantina era muito alto. Então, comprava a mesma coisa e vendia mais barato.” O Kid Investor diz que ganhou sozinho quase a totalidade do dinheiro que hoje aplica no mercado.

Aos que querem seguir seus passos, ele reserva alguns conselhos: “Tenha disciplina e constância, tire uma ou duas horas por dia para estudar. A gente está falando de dinheiro.” Do alto de seus 12 anos, Felipe alerta: Bolsa não é brincadeira de criança.

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