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Para OCDE, economia do Brasil está fraca desde fevereiro

Os dados, publicados nesta sexta-feira, também apontam uma perda de fôlego no crescimento dos países desenvolvidos

Por Agencia Estado
Atualização:

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) alerta que o desempenho da economia brasileira vem dando sinais de enfraquecimento desde fevereiro deste ano. O País, segundo os dados da OCDE, vai na direção contrária à da China, Rússia e Índia. Os dados, publicados nesta sexta-feira, também apontam uma perda de fôlego no crescimento dos países desenvolvidos. A organização, conhecida como o clube das economias ricas, avalia não apenas o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos países, mas os principais indicadores econômicos de cada mercado. No caso do Brasil, a conclusão sobre a economia nacional foi feita depois que cinco aspectos foram avaliados: a produção industrial, os valores das ações das principais empresas, a demanda interna por produção, as exportações e ainda uma comparação entre os preços internacionais pagos pelos produtos vendidos pelo Brasil e o que é cobrado pelos bens importados pelo País. Os cinco fatores formam o que a OCDE chama de Indicadores Líderes. Para a entidade, a metodologia permite que se possa também prever o que irá acontecer com uma economia nos próximos meses. "A queda nos índices parece ser uma tendência contínua no Brasil nos últimos meses", disse Georgi Gyomai, um dos analistas responsáveis pela elaboração dos dados da OCDE. "Ainda há um crescimento, mas é mais lento", avaliou. O economista, porém, evitou fazer uma avaliação dos motivos da queda de desempenho no Brasil. Os últimos indicadores sobre o País disponíveis na OCDE são de junho. Mas a entidade estima que os dados demonstram uma tendência. "O que podemos ver é que, com uma queda no Brasil, a expansão da produção será menor nos próximos meses", explicou o economista. Fevereiro Em fevereiro, a OCDE apontou que o Brasil somava 131,3 pontos no índice criado pelos economistas para calcular o desempenho dos cinco indicadores selecionados. A pontuação foi caindo mês à mês. Em março, o País somava 130,6 pontos, contra 129,4 em abril, 128,5 em maio e 128,1 em junho. Enquanto isso, a economia chinesa ia no sentido inverso e passou de 212 pontos em fevereiro para 224 pontos em junho. A comparação com os seis meses antecedentes também mostrou que as economias chinesa, indiana e russa vinham acelerando seu desempenho, enquanto a brasileira mostrava uma queda. Sobre a economia dos países ricos, a OCDE também indica que o crescimento em junho tem sido menor que nos demais meses. "Uma expansão mais lenta será vista nos países da OCDE diante dos indicadores de junho", afirmou a entidade em um comunicado. Em comparação a maio, as economias ricas tiveram uma queda de 109,8 pontos para 109,7 pontos. Em comparação aos últimos seis meses, os índices também demonstraram uma queda. Nos Estados Unidos, a tendência negativa já se prolonga pelos últimos quatro meses, enquanto o Japão também observa uma queda desde março. Na Europa, foi registrado um aumento entre maio e junho de 0,2 pontos, ainda que o Reino Unido, França e Itália tivessem apresentado um desempenho negativo.

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