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Para OCDE, País está em desaceleração desde junho

Por Jamil Chade
Atualização:

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que o Brasil vive uma "forte desaceleração" da economia e a deterioração continuará pelos próximos seis meses, sem sinal de inflexão. Em março, o desempenho da economia brasileira foi o pior entre os países dos Brics (China, Índia e Rússia, além de Brasil) e do G-7 (Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Alemanha, Japão, França e Canadá). O pico da expansão no Brasil, segundo a OCDE, ocorreu em junho do ano passado e, desde então, a economia vem perdendo força. O levantamento ainda aponta que, pela primeira vez, as economias da França, Itália e Reino Unido dão sinais de que chegaram ao fundo do poço, com indicações de uma "pausa na recessão" e, em alguns casos, uma tímida retomada. A zona do euro também deu os primeiros sinais de um freio na contração das atividades. A China foi outra que deu indicações de "pausa" na queda, com sinais de retomada. Os índices da OCDE são calculados com base em vários dados econômicos dos principais mercados, e não apenas a redução ou expansão do PIB. O objetivo é estabelecer as tendências nos ciclos de crescimento e de recessão dos países. O índice criado pela entidade seria capaz de avaliar pontos de pico em um processo, com base em indicadores de produção industrial dos países, desemprego, expansão do PIB e indicadores de confiança. Segundo esse índice, o Brasil perdeu 1,9 ponto, passando de 94,7 pontos em fevereiro para 92,7 pontos em março. Em novembro, o País atingia 101,1 pontos. A queda em março foi a maior entre os países avaliados pela OCDE. A Rússia teve queda de 1,4, e a Índia, de 0,3. O G-7 também recuou 0,3 ponto, uma taxa mais suave do que nos últimos meses. Alguns países deram sinais positivos. A China subiu 0,9 ponto. Para a OCDE, Pequim teria chegado no fundo do poço e começaria uma tímida recuperação. O mesmo poderia ser visto na França, Reino Unido e Itália. A OCDE admite que os sinais de pausa na recessão dessas economias ainda são fracos. Nos demais países, o cenário ainda é de deterioração. Mas pelo menos a queda está ocorrendo em ritmo mais brando. Na zona do euro, o indicador já seria até mesmo positivo, liderado pela França e Itália. O que surpreende a OCDE é que, salvo no caso da China, os demais emergentes também estão sofrendo deterioração. Em relação à situação de março de 2008, o Brasil só não sofreu uma queda maior que a Rússia. A Índia caiu 9,4 pontos. Na China, a queda é de 9,5 pontos.

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