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Para oposição, BC perdeu a autonomia

Para o deputado tucano Bruno Araújo, a decisão de manter a Selic a 14,25% mostra que o intervencionismo de DIlma 'chegou oficialmente' ao BC

Por Ricardo Brito e Igor Gadelha
Atualização:
Para o deputado Bruno Araújo, manutenção da Selic mostra intervenção de Dilma Foto: Divulgação

Para a oposição, o Banco Central perdeu a autonomia ao seguir os desejos do PT e do Palácio do Planalto e manter a taxa básica de juros no mesmo patamar. O líder da minoria na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), afirmou que a instituição deu uma demonstração de que perdeu o que restava de sua “aparente autonomia” ao deixar a Selic em 14,25% ao ano. Para o tucano, a decisão mostra que o intervencionismo da presidente Dilma Rousseff “chegou oficialmente” ao BC. “(A manutenção da Selic) é uma demonstração de que o BC perdeu o que restava de sua aparente autonomia e aprofunda a economia brasileira numa crise de falta de credibilidade”, afirmou Araújo. O parlamentar destacou que a decisão mostra o intervencionismo de Dilma. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), também criticou a decisão do Copom. Para o parlamentar, a decisão representa a manutenção da mesma política de juros que “asfixia a economia nacional”. “O ideal seria que tivesse diminuído”, disse o parlamentar. Ele ressaltou que o atual nível da Selic tem sido um dos principais inibidores do crescimento da economia. “Foi mais uma sinalização ruim de um governo perdido”, disparou. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que o BC exorbitou de suas atribuições ao responder, por meio de nota, a relatório divulgado pelo FMI. Para Jucá, a nota assinada pelo presidente do BC é “desnecessária”, mas ressalvou não ser o caso de ele ir ao Senado se explicar. “Quem, em tese, tem de responder ao FMI é o Ministério da Fazenda ou o governo”, disse Jucá. “Ele quis ajudar, mas se expôs sem necessidade.” Jucá defendeu que o Executivo faça um ajuste fiscal de forma a criar condições para redução dos juros. “O cidadão não aguenta mais essa taxa”, disse.

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