SÃO PAULO - A alta da inadimplência foi o fator que fez o lucro líquido do Santander Brasil cair 17% no segundo trimestre, afirmou o presidente do banco, Marcial Portela. Por conta dos calotes maiores, o banco teve que fazer forte alta nas provisões para devedores duvidosos, destaca o executivo. Mesmo assim, o País foi responsável por 26% do resultado mundial do grupo espanhol.
Portela ressalta que a forte alta das provisões se deve a fatores "específicos e conjunturais" do segundo trimestre e não deve se repetir no segundo semestre. O aumento das provisões não foi por conta de uma linha específica, mas de todos os segmentos, na pessoa física e jurídica, segundo Portela.
A alta da inadimplência, na visão de Portela, ocorreu por fatores como o desaquecimento da economia e o endividamento das pessoas. "Parte das famílias tomaram dívidas superiores à capacidade de pagamento", disse ele.
Expectativa é de redução do calote
O executivo espera estabilização das taxas de inadimplência no terceiro trimestre e queda dos calotes no último período deste ano. Para o executivo, a taxa de inadimplência pode ter atingido seu pico de alta no segundo trimestre.
Ele avalia que alguns fatores devem levar à queda da taxa mais para o final do ano. Entre elas, Portela citou que o Santander desde meados do ano passado está mais exigente na concessão de crédito. Por isso, os créditos gerados mais recentemente têm melhor qualidade.
O Santander, segundo seu presidente, caminha para atingir "velocidade de cruzeiro" no segundo semestre. A atividade comercial do banco, destaca, vai bem. A expectativa é que a atividade melhore até o final do ano, com a economia se reaquecendo.